domingo, 25 de dezembro de 2011

A igreja dividi o mundo?

Muitas pessoas acusam as religiões de serem as principais divisoras das pessoas em todo o mundo. Sim, elas causam divisão, inclusive por se sentirem as donas da verdade, mas o espirito de rebelião não existe apenas nelas.

Quanto ao cristianismo, temos um texto que é mau compreendido pelos próprios cristãos. O texto está em Lucas 12:51-53:
Cuidais vós que vim trazer paz à terra? Não, vos digo, mas antes dissensão;
Porque daqui em diante estarão cinco divididos numa casa: três contra dois, e dois contra três.
O pai estará dividido contra o filho, e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra sua nora, e a nora contra sua sogra.
Será que Jesus está nos dizendo para os seus seguidores separem as pessoas e fazerem elas brigarem umas com as outras? Será que sua missão era acusar e machucar pessoas inocentes? Era tornar seus seguidores acusadores dos que ainda não lhe aceitarão? É isso que este texto diz?


Vamos ver como Jesus veio trazer guerra e divisão. Essas respostas encontrei nos capítulos 9, 10 e 11 de João.

No capítulo 9 de João encontramos Jesus curando um cego de nascença. Um milagre desses impressionou grandemente os que conheciam este cego e sabiam que não havia fraude nessa cura. O milagre foi tão grandioso que os fariseus se sentiram divididos em acreditar ou não em Jesus:
Então alguns dos fariseus diziam: Este homem não é de Deus, pois não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tais sinais? E havia dissensão entre eles. (v. 16)
Depois de se reencontrar com o ex-cego, alguns fariseus começaram a discutir com Jesus. Essa discussão começou no verso 35 e se estendeu até o verso 39 do capítulo 10. Em meio a lei há uma declaração que se aplica a Jesus e sua missão de proteger e dar vida ao povo e a de Satanás e seus servos de destruir o mesmo (v.10). Depois de acabar seu sermão novamente acontece a divisão entre os ouvintes:
Tornou, pois, a haver divisão entre os judeus por causa destas palavras.
E muitos deles diziam: Tem demônio, e está fora de si; por que o ouvis?
Diziam outros: Estas palavras não são de endemoninhado. Pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos?
(v. 19-21).
Vejam que a cura do verso 9 foi novamente citada na discussão entre os debatedores de Jesus. Eles se dividiram por causa do bem que Jesus praticara. A divisão que a igreja deve causar não é por doutrina, mas por ser uma indiscutível força para o bem.

Veja o capítulo 11. Lázaro, amigo amado de Jesus morre. Jesus espera completar 4 dias depois de ser sepultado para dar as caras em Betânia, lugar o qual o amigo fora sepultado. Os judeus acreditavam que até em 3 dias alguém poderia realizar uma ressurreição, por isso essa espera. O milagre foi grandioso, e o texto diz que "muitos creram" (v. 45) em Jesus. Mas não foi só aceitação que sua grandiosa obra causou. Do v. 47 à 57 os lideres judaicos decidiram que Jesus não podia mais viver. A divisão estava feita.

Em suma: a bondade divide as pessoas. Divide entre as pessoas más e boas, elas estando numa família ou não. Os cristãos devem fazer boas obras para chamar os que amam a bem para seu lado e os que amam ao mau a persegui-los. Jesus disse:
Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa.
Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou.

João 15:20 e 21
O dever dos servos de Cristo é fazer o bem, mesmo ao serem perseguidos e insultados:
Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.
Romanos 12:21

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Entendendo Salvação e obras da lei

Criei [que orgunlho =) ] uma pequena parábola para exemplificar melhor como se harmonizam a salvação dada por Jesus Cristo e as obras da lei.

Tudo começa com um cruzeiro (ou navio bem grande). As pessoas que embarcaram nesse cruzeiro estavam livres para se divertirem da maneira que bem quisessem tendo que respeitar uma única lei no navio todo. Não poderia pular para fora do cruzeiro. Isso mesmo, não se poderia sair do navio quando o mesmo se encontrasse em alto mar. Só isso era necessário para que tudo ficasse bem nessa maravilhosa viagem. Fora esclarecido isto a todos os passageiros, não tendo dúvidas a respeito de como cumprir a regra.

Mas um dos viajantes, ludibriado pelo Sol batendo nas lindas águas do mar decidiu "quebrar" a lei, pulando do cruzeiro no alto mar. O mergulho foi tão bom que ele sobreviveu. Mas depois de curtir um pouco da emoção de estar em alto mar ele se deu conta de que não conseguiria subir sozinho e se ele permanecesse lá ele morreria. Quem dera se ele tivesse guardado o mandamento que tinham lhe mandado! Mas agora guardá-lo não poderia salvá-lo, pois de que adianta não pular do barco se você nem está dentro dele. Guardar a lei não colocaria ele em segurança, na verdade, primeiro ele tinha que estar no cruzeiro para poder voltar a guardar a lei.

Agora o aventureiro começou a gritar por ajuda e outro milagre aconteceu. Alguém ouviu e avisou o resgate do navio que resgatou o homem. Agora que ele estava de volta no barco ele pode guardar a lei, pois se ele voltar a quebrar aquela única lei, ele voltará a colocá-lo em perigo e todos que quiserem ajudá-lo.

Jesus morreu a morte que nós tínhamos que morrer: a morte eterna. Mas ele não fez isso para que vivêssemos machucando a nós mesmos e as pessoas ao nosso redor. Depois de salvos, nossa união com Cristo nos transforma para não querermos mais desobedecer nosso Pai celestial.

Está pequena parábola conta-nos tanto a necessidade de um salvador quanto a importância da obediência a lei divina. Foi inspirada no Salmo 40:1-3.
Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor.Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pós os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos.E pós um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no SENHOR.
Fiquem com Deus.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

8. "O mundo não seria dessa forma se Deus existisse"

Essa foi a declaração de Austin Dacey assim ao argumentar seus motivos para não crer em Deus. Mas como vimos, um simples estudo da Bíblia e uma observação do mundo em que vivemos mostra que Dacey está errado em suas suposições. Poderíamos até concluir que "o mundo é assim porque Deus existe" se não respeitássemos a regras de retórica em vez de praticarmos o sofismo falacioso.

Se Austin tivesse estudado mais com espírito humilde e procurando sinceramente aprender de seus ensinos, ele não falaria tais problemas. Se William Craig estudasse a Bíblia mais ao invés de só repetir e repetir infinitamente seus argumentos filosóficos provavelmente ele teria sido mais coerente no debate. Infelizmente o valor desse livro como poderoso meio de conhecermos a Deus está sendo cada vez mais desvalorizado.

As pessoas mistificam a Bíblia, achando que portá-la dá poder, e não lê-la com o auxílio do Espírito Santo. Isto é o que tem acontecido por todas as partes. Fora os ataques diretos sobre sua autoria e a bondade do Deus expresso nela.

Os que procuram milagres para crer deveriam houvir as palavras de Deus em João:
Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.
Lucas 16:31
Ah, e não nos esqueçamos que o Deus que Austin Dacey diz que deveria existir caso ele existisse existe.
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Estudo anterior: 7. Falta de conforto divino em meio ao sofrimento
Primeiro estudo: Deus, segundo Austin Dacey

7. Falta de conforto divino em meio ao sofrimento

Para quem lê a Bíblia, este foi o mais tolo dos argumentos. Deus repetidamente chorou, inquiriu, consolou e tomou providências para tirar o seu povo do sofrimento. Ele manda seus servos para consolar os outros e Ele mesmo consola, às vezes, de forma sobrenatural.

Eu mesmo tive um caso desses. Ao orar a Deus por vários minutos, em profunda tristeza, que tirasse minha inútil vida, senti algo gélido e gostoso adentrar a região do meu peito e refligerar todo o meu corpo e minha angústia. Isso me deu calma instantânea e me fez dormir instantes depois.

Isso também se demonstrou na Bíblia com os cuidados de Deus ao se fazer presente para Elias em uma suave brisa, ou ao consolar o mau humor de Jonas lhe fazendo uma planta para cobrir do Sol.

Estas histórias não só demonstram que Deus se importa conosco, mas que Ele se importa conosco mesmo que nosso sofrimento seja errado. No caso de Jonas, ele sofria porque a cidade que ele profetizou destruição não seria destruída e isso faria dele um falso profeta e o mau daquele povo mau seria perdoado. Deus teve que mostrar a ele que esse não era o sentimento que Ele queria que seu profeta cultivasse.

Agora fiquem com os demais versos, para acabar de vez com esta falácia de Austin:
E dirás naquele dia: Graças te dou, ó SENHOR, porque, ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolas.
Isaías 12:1

Exultai, ó céus, e alegra-te, ó terra, e vós, montes, estalai com júbilo, porque o SENHOR consolou o seu povo, e dos seus aflitos se compadecerá.
Isaías 49:13 
Então a virgem se alegrará na dança, como também os jovens e os velhos juntamente; e tornarei o seu pranto em alegria, e os consolarei, e lhes darei alegria em lugar de tristeza.
Jeremias 31:13 
E sereis consolados, quando virdes o seu caminho e os seus feitos; e sabereis que não fiz sem razão tudo quanto nela tenho feito, diz o Senhor DEUS.
Ezequiel 14:23 
E respondeu o SENHOR ao anjo, que falava comigo, com palavras boas, palavras consoladoras.
Malaquias 1:13 
Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.
Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus.
Romanos 15:4
E tem muito mais...

Bendito seja Deus por nos amar tanto.
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Estudo anterior: 6. O sofrimento
Próximo estudo: 8. "O mundo não seria dessa forma se Deus existisse"

6. O sofrimento

Aqui é que entra a maior base (ou desculpa) para o ateísmo em todas as épocas da humanidade: se Deus é amor e todo poderoso, por que sofremos?

Isso me faz lembra do filmes "Forest Gump". Na cena que Forest está carregando seu amigo Buma (se não me falha a memória) seu amigo faz-lhe a seguinte pergunta "Forrest, por que isto está acontecendo". Forest estranha a pergunta e simplesmente responde "porque você levou um tiro, Buma!".

Sofremos porque estamos num mundo mau e hostil. Sofremos porque nós fazemos mau a nós mesmos e a outros. Sofremos porque somos empáticos ao sofrimento alheio. Sofremos porque somos egoístas. Essas são as origens do sofrimento em nossa vida.

Vemos claramente que ele provêm de nós e coisas que fogem de nosso controle. Mas nada disso que eu disse prova ou descomprova a existência de Deus. Na verdade, seguindo o raciocínio de Austin Dacey, isto descomprova, pois se ele fosse amor, ele não deixaria isto correr solto. Bem, ele não deixa.

O mal é necessário para que o amor seja completo. Segundo a Bíblia, o verdadeiro amor se demonstra mais claramente quando se permite que as pessoas escolham seus caminhos. E só há dois: vida ou morte (Deuteronômio 30:11-20). E como somos irmãos e temos um elo com nossa terra e tudo que nela se encontra, arrastamos todos eles para a morte que normalmente escolhemos.

Mas você pode dizer: "mas eu não escolhi a morte!". Verdade, assim como Eva não escolheu, mas foi enganada ao escolher ouvir a serpente e não a Deus. Provérbios já dizia:
Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.
Provérbios 14:12
Mas Deus não foi indiferente a esta escolha. Ele proveu vestimentas devidas ao primeiro casal e lhes deu uma esperança que viria da própria mulher. Uma criança que tiraria para sempre nosso destino mortal.

Ele proveu uma saída para nossas desgraças, mas ele quer que aprendamos a amar para que não voltemos a escolher os caminhos de morte. Por isso ainda estamos num mundo de sofrimentos. Devemos aprender a amar os que estão no meio desse grande conflito e o amor real também envolve não esperar recompensa para amar. E esse é o melhor sofrimento, pois ele produz mais fé e esperança e principalmente amor.

Veja que Deus além de poderosíssimo ele é sabedoria. Ele sabe o fim desde o início e como alcançar os melhores resultados para todos. Veja como exemplo a história de Lázaro (João 11):

Lázaro era amigo de Jesus. Jesus ficou sabendo que Lázaro estava doente e pareceu demonstrar indiferença para com isso. Quando resolveu sair a seu encontro falou para seus discípulos que Lázaro havia morrido. Mas a morte para Jesus não era fatalista como muitos vêem. Ela é um sono em que Ele tem poder de despertar. Por isso a morte na visão de Deus não é igual a morte em nossa visão. Chegou lá no quarto dia da morte de seu amigo. Se eles chegassem um dia antes, segundo as tradições judaícas, ele poderia ressuscitar Lázaro. Não havia esperança entre os presentes. Só a da ressurreição do último dia. Mas Jesus ressuscitou-o mesmo assim. E a Bíblia declara, no verso 45, que "muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo a Maria, e que tinham visto o que Jesus fizera, creram nele".

Caso Jesus não tivesse permitido tamanho sofrimento por parte de seu amigo e o tivesse curado a distância, pois Ele tem esse poder, provavelmente ninguém creria, pois talvez ele tivesse se curado sozinho e as pessoas não saberiam quem Jesus era. Mas Jesus escolheu o caminho que seria melhor para todo mundo. Ele é assim. Faz o melhor para todos, não só para mim e para você.

Agora concordar com este tipo de atitude o não é mera opinião pessoal, não o correto a ser feito.
Quem quiser ser egoísta tem liberdade para o ser, mas sua opinião pessoal não desfaz a existência de um Deus de amor.

Louvado seja o nome de Deus.
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Estudo anterior: 5. A moral
Próximo estudo: 7. Falta de conforto divino em meio ao sofrimento

5. A moral

Austin Dacey novamente, com sua filosofia ateísta, relembra o que o cristianismo atual está esquecendo. Vejamos sua frase:
    [...] poderia ser que Deus reconhecesse alguma coisa em nós que seja moralmente importante. Talvez seja nossa capacidade de sofrer, ou de ter interesse em planos, ou de fazer promessas. Mas se isto está certo, Deus sai da moldura.
    Estas caracterísitcas morais importantes que determinam nosso valor dizem respeito a nós mesmos, não em fatos a respeito de Deus. A existência de valores morais objetivos de forma alguma implica na existência de Deus.
A moral de não matar e roubar e... acho que só, pois as demais a sociedade já deu conta de relativizar... são morais que dizem respeito a relação que nós temos com Deus, mas visualmente é mais fácil as pessoas aplicarem a nossa relação com os nossos iguais, ou seja, os outros seres humanos.

Nisso  Austin tem razão. Para alguém que não crê em Deus não há como ligar a noção que é errado matar e roubar prova de alguma forma sua existência. Mesmo se pegássemos todos os mandamentos da segunda tábua (Honra a teu pai..., não matar, não adulterar, não furtar, não dizer falsidades e não cobiçar) nós não teríamos nenhuma prova nesse comportamento moral que Deus existe.

Nas palavras de Austin reconhecemos que ele requer que houvesse alguma moral fixa em nós que revelasse a nossa necessidade de Deus. Algo que fosse moralmente relevante a nosso relacionamento de nós para com Deus. Nisso eu chamo a atenção para a adoração.

Veja que todo ser humano, seja ateu ou téista, tem em seu íntimo a necessidade de adorar algo que julga superior a si mesmo. E isto é confirmado pelas ciências naturais e humanas. Adoramos a sabedoria, diversos deuses, outras pessoas e continuamente fazemos delas ídolos. Ninguém fica imune a isto.

A Bíblia também declara a respeito da adoração, mas ela foca na verdadeira coisa que deve ser adorada. A primeira tábua da lei (não terás outros deuses..., não adorarás imagem..., não dirás o nome de Deus em vão... e lembra do sábado para o santificar) são mandamentos que dizerm diretamente respeito a adoração e a quem ela deve ser dada (veja um pequeno aspecto disso em Adoração).

Mas como que nós temos respeitado a primeira tábua da lei? Temos colocado Deus em primeiro lugar na nossa vida?

William Craig é um bom símbolo do cristianismo atual ao procurar a comprovação da existência de Deus longe de sua segunda maior manifestação para nós, a Bíblia Sagrada. A primeira e muito mais perfeita é nosso senhor Jesus Cristo.

O quanto da Bíblia não sabemos? O quanto estamos procurando descobrir com o auxílio do Espírito Santo? Você está sentindo os perigos de procurar "apenas" fontes não bíblicas para estruturar sua fé? Eu espero que sim.
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Estudo anterior: 4. Evolução e sua implicação na existência de Deus
Próximo estudo: 6. O sofrimento

sexta-feira, 24 de junho de 2011

4. Evolução e sua implicação na existência de Deus

Austin Dacey declara uma coisa que muitos dos cristãos hoje tem medo de confessar ou simplismente não quer aceitar: A evolução e a origem bíblica do universo não se harmonizam. São exatamente o oposto. E se insistirmos em descartar o Deus da Bíblia os demais não resistiram a argumentação de Dacey, fazendo-o certo.

Mas pelo contrário, ao afirmarmos o Deus da Bíblia, Dacey tem que admitir que Deus existe e a Bíblia é sua palavra.

Segundo a lógica de Austin, depois de planejarmos fazer alguma coisa, nós a fazemos da melhor forma possível. Não ficamos fazendo ela pior e aí evoluindo ela aos poucos até alcançar algum ideal planejado desde o princípio. Ao menos um Deus todos poderoso não faria isto. E segundo a Bíblia não fez .

Mas como cristãos queremos harmonizar trevas e luz, verdade com mentira para que possamos viver sem debates ou discussões. Amaria viver dessa forma, mas não a custas da verdade.

E a evolução não é uma verdade. Só é mais aceita no meio científico pois foi convencionado pela ciência que não se deveria olhar para a possibilidade de existir algum Deus criador. Isto muda tudo.

As incoerências dessa teoria não são facilmente verificadas por qualquer estudioso dela. Ela não pode ser base para se descrer em Deus, mas é o maior apoio que os ateus historicamente tem usado para declarar sua inexistência. Por isso eles insistem que ela seja invioldada por novos estudos e mau discutida.

Só espero que você não se iluda com essas falsas luzes de verdade e não descarte a palavra de Deus como fonte da verdade.
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Estudo anterior: 3. Dualidade Corpo e Espírito desmentida
Próximo estudo: 5. A moral

3. Dualidade Corpo e Espírito desmentida

Austin Dacey agora demonstra empiricamente como a ciência descomprova a teoria do dualismo entre alma [alguns também chamam de espírito] e corpo. Veja a declaração abaixo:

"Então eu não preciso afirmar que a mente é nada além do que o cérebro, mas que ela não poderia existir independente dele. A mente pode se distinta do físico, mas não ao mesmo tempo que depende dele. A sugestão alternativa de que as interações entre estados mentais e estados cerebrais podem ser explicadas pela interação entre o cérebro e uma substância mental independente, vai contra o ponto de vista que eu apresentei, então como você explica a interação causal entre uma substância totalmente espiritual e uma substância física? Eu penso que, à luz do problema mente-corpo e a evidência sobre o cérebro e como ele decisivamente determina a mente, qualquer pessoa que ainda acredita no dualismo precisa examinar a cabeça de outra pessoa."
Mas para os estudiosos da Bíblia não são necessários comprovaçõe científicas para saber-se que não há uma alma imortal que vive independente do corpo. Caso queira saber mais, estude estas postagens: Alma, Espírito e Ressurreição.

Não satisfeito com apenas desmantelar a falsa crença em uma alma imortal, ele ainda fala sobre a existência ou não de um inferno real e se há corpos de pessoas ressurretas ou não:
"Em relação à sobrevivência física ele diz que Deus na verdade não precisa do dualismo para ressuscitar as pessoas e levá-las para o céu. Isto é verdade, não há nenhuma conexão lógica aí. Talvez Deus reanime seu corpo em um tempo apropriado após a sua morte. Ou talvez ele substitua seu corpo por um novo corpo para a vida após a morte. Bem... aqui o teísmo começa a parecer mais com paixão, com o raiar da morte. Mas, mais importante, se todas estas pessoas ressuscitadas são na verdade corpos físicos, bem, onde eles estão? Alguns anos atrás o papa nos disse que o inferno é um estado de mente, não um lugar, mas se o céu e o inferno receberam corpos, eles precisam ser um lugar. Eu acho que a única coisa mais absurdamente incrível do que a sobrevivência espiritual é a ideia da sobrevivência física no pós vida [after life]."
 Agora ele mexe com o momento que a ressurreição se dá. Segundo a Bíblia, não foram todas as pessoas que morreram que ressucitaram, mas elas ressucitarão quando ele voltar a Terra. Veja o seguinte texto:
Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
I Tessalonicenses 4:16
Haverá ressurreição apenas neste dia tão aguardado. E como a ressurreição de Cristo foi física, pois não há outra, a de nossos amados também será.

Contra a verdadeira esperança que a Bíblia declara a respeito dos que morrem, Dacey não tem argumentos.

Agora imaginem quantos como Dacey não estão enganados a respeito do que a Bíblia diz e se torturam a respeito da falsa esperança de que temos alma imortal? Ou que os sofrimentos do inferno serão eternos?

Não estudar diariamente as verdades bíblicas nos leva a conhecermos falsas doutrinas que nos levam mais ao desespero do que a vida, além de serem incoerentes com a realidade em que vivemos.

Por favor, estudem a Bíblia. É a palavra que Deus deixou para nos livrar da corrupção dos falsos ensinos.
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Estudo anterior: 2. A ciência
Próximo estudo: 4. Evolução e sua implicação na existência de Deus

quinta-feira, 23 de junho de 2011

2. A ciência

"Se o teísmo fosse verdade, deveríamos esperar que Deus atuasse no mundo de uma maneira que as ciências naturais pudessem identificar."

Austin Dacey cita o filósofo agnóstico Paul Draper para fortalecer seu argumento que as ciências naturais sozinhas dão conta de todos os fenômenos da natureza [até parece] sem precisar reinvidicar ações e projetos divinos. Como ao fazer isso ela não vê Deus, Deus não existe.

Da maneira que Dacey fala, até parece que a ciência já resolveu todos os mistérios e que nenhum acontecimento estranho, tipo milagres, deixam de acontecer nos hospitais e até nas salas de ciência. Quantas coisas os ciêntistas não fazem sem saber o porquê mas sabem que funcionam. Realmente, a ciência moderna nega a ação divina para explicar as coisas, mas por ir além de sua visão e logicidade, pois para Deus até o impossível é possível, sendo difícil se regulamentar qualquer comportamento natural. Desta forma, o sucesso da ciência atual não prova nem desaprova nada. Sua declaração foi puro sofismo sem ver as coisas como realmente são.

Mas Dacey insiste até chegar a declarar a maravilhosa pérola abaixo:

"Um ser todo poderoso que busca ter uma relação de amor com a humanidade provavelmente agiria de uma forma ou de outra, direta ou indiretamente, como um agente causal na história do universo."

E é assim que a Bíblia descreve Deus. O livro de crônicas declara diversas vezes que as coisas acontecem segundo a vontade de Deus, e não é só este livro da Bíblia. A própria história de José traz a declaração que os sofrimentos de José vieram para que Deus provesse um modo de escape. Sem contar os atos miraculosos de Deus, como abrir mares e mandar fogo do céu. E na vida de cada pessoa. O efeito devastador da transformação de vidas, o poder da cura manifestos, os milagres sem explicação. Mas, como vimos no estudo anterior, podemos por negação colocar a fonte da causa em outras coisas, ou simplismente descrer.

Mas a maior prova, principalmente para os que descreem dos escritos da Bíblia, que Deus está agindo na história do universo é a profética. Os livros de Daniel e Apocalipse demonstram como Deus tem sido presente na história deste mundo desde sua origem. Temos um pequeno exemplo de estudo o de Daniel 9 (veja aqui). Deus está o controle de tudo, e tudo que acontece conosco, seja bom ou mau, é para o nosso bem:
E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
Romanos 8:28
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Estudo anterior: 1. Deus sumiu?
Próximo estudo: 3. Dualidade Corpo e Espírito desmentida

1. Deus sumiu?

O argumento de Dacey começa com o fato de milhares [segundo ele] e milhares de pessoas passarem por esta vida sem sequer perguntar a respeito de Deus. Este fato é no mínimo incalculável. Depois ele fala dos que ficaram confusos, sem poder se definir em alguma religião, seguindo dos que não são Cristãos, ou seja, mudou o assunto para se Deus existe para se o Deus dos cristãos existe, né? Conclui seu pensamento dizendo que esse Deus ao menos deveria se manifestar de forma plausível para que todos o conhecessem. Chega até a dizer que Ele creria em Deus se ele se mostrasse, aparecesse em frente a todos. Desta forma ele não negaria jamais sua existência, mas de outra ele não tem por que crer nEle. [Obs.: esse foi um resumo feito por mim das ideias apresentadas. Caso você encontre erros, aponte nos comentários e tentarei corrigí-los]

Não é fraco o argumento, assim como não é original. A própria Bíblia fala de muitas pessoas desafiando a Deus para que Ele se demonstrasse, inclusive pessoas que criam nEle. Mas mesmo Ele se demonstrando elas fugiram de Deus. A Bíblia conta que não Deus que se esconde, mas o homem que foge de Deus. O caso de Adão e Eva não são os únicos (Gênesis 3:8). Temos o caso do povo pedindo para que Deus não falasse com Ele, pois ouviram sua voz [como Dacey gostaria de ouvir] e pediram para que Deus não falasse mais com Eles. Em toda a história da humanidade, segundo a Palavra de Deus, Deus corre atrás do homem e este se esconde, foge ou simplesmente o nega.

E isso não é difícil de entender. Quantos de nós não desprezamos e fechamos a cara para pessoas que achamos 'beatos' ou 'carolas' ou santos demais, moralistas demais, éticos demais, etc... O homem tende a fechar o coração para tudo aquilo que pode lembrar seus erros e falhas. Imaginem a santidade de Deus. Quantos não querem viver livres da imagem de um Deus puro e justo que exige que a humanidade mude seu comportamento?

Já em questão da clareza da revelação para em outras religiões, Deus julgará a todo homem, mas pelo conhecimento do bem que ele sabia e fez ou não fez. Romanos 2:12-16 mostra claramente isto. Deus não cobrará de todos a mesma coisa. Cobrará o que foi claro para eles.

Mas há aqueles que receberam evidências, e até provas vividas e não aceitaram. Jesus ressuscitou um homem (Veja João 11:44-50) e alguns creram nele e outros quiseram matá-lo. Lucas já tinha mostrado pela 'quimera' [pois esta história é diferente até das estruturas das parábolas] do "Rico e Lázaro que:
Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.
Lucas 16:31
Mesmo se Cristo aparecer para várias pessoas os incrédulos poderão dizer que foi alucinação coletiva ou coisa que o pareça (como já o fizeram várias vezes). Desculpas para não se crer não faltam. Mas são só isso. Desculpas.

Mas a Palavra de Deus, quando ouvida e atendida, ilumina o coração e a mente agindo como a luz da aurora, brilhando cada vez mais "até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações" (2 Pedro 1:19).

Uma última história que gostaria de lembrá-los é a do filho pródigo (Lucas 16). Nos versos finais, vemos um filho revoltado por ver seu irmão rebelde ser bem recebido em casa. A resposta do pai para ele foi que ele já desfrutava de seus benefícios enquanto seu irmão sofria as agruras terríveis por estarem longe do pai. Assim são aqueles que não tem tanta luz a respeito de Deus. Eles sofrem pela falta de esperança e teorias confusas que o mundo espalha. Por isso enfatizo: leia a Bíblia. Ela lhe trará outra visão para este mundo.
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Introdução: Deus, segundo Austin Dacey
Próximo estudo: 2. A ciência

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Deus, segundo Austin Dacey

"O sumiço de Deus, o sucesso das ciências naturais, a natureza física da mente, a extravagância do processo evolutivo, a abundância de sofrimento sem sentido e a falta de conforto divino quando encarado o sofrimento, tudo isto torna o ateísmo mais provável que o teísmo. O mundo não seria dessa forma se Deus existisse."
Estas afirmações acima são do filósofo estadunidense Austin Dacey (nem precisa dizer que ele é ateu, né?), num debate com [ou contra, não sei bem!], o filósofo cristão William Lane Craig, na Purdue University, Califórnia, em Fevereiro de 2005. O debate era a respeito da existência de Deus e você pode encontrá-lo legendado em qualquer site de busca ou direto no YouTube.

Infelizmente Craig, o representante Cristão, e no caso, a defesa da existência de Deus não usou as argumentações mais claras para responder aos questionamentos acima. Ao invés disso, colocou sua complicada e emaranhada rede de interpretações filosóficas que para a maioria dos mortais, incluindo eu, não é fácil de se entender.

Ao contrário de seu adversário, Dacey apresentou argumentos simples e claros contra a existência de Deus, sendo uma arma mortífera para conquistar mais adeptos para o ateísmo.

Em resposta a esta argumentação decidi escrever uma serie de estudos que explicam o que Craig não explicou a respeito das indagações de Dacey, as quais impressionantemente [para quem não conhece o poder expresso nesse livro] são confirmadas pela Bíblia, levando-nos a conclusão que o Deus de Dacey é o Deus bíblico. A serie terá o seguintes estudos:

1. Deus sumiu?
2. A ciência
3. Dualidade Corpo e Espírito desmentida
4. Evolução e sua implicação na existência de Deus
5. A moral
6. O sofrimento
7. Falta de conforto divino em meio ao sofrimento
8. "O mundo não seria dessa forma se Deus existisse"

Que o nome de Deus seja sempre louvado.

terça-feira, 29 de março de 2011

Adoração

São muitas as palavras hebraicas que traduzimos como "adoração" e seus derivados. Uma delas vem da raiz עָבַד (‘abad), trabalho, serviço, demonstrando o caráter serviçal na adoração. A palavra grega usada na septuaginta é latreia, e tem o mesmo aspecto laboroso. Um exemplo de texto que utiliza esta palavra é o de Deuteronômio 6:13, o qual nosso Senhor Jesus utiliza para vencer a tentação que Satanás o lança em Mateus 4:9-10.


Mas não é neste aspecto laboroso que gostaria que nós nos fixassemos nesta postagem. As outras duas palavras hebraicas fazem referência a uma prática muito ligada a oração: o prostrar-se, reverenciar, ficar de joelhos, lembrando os significados do verbo inglês to bow.


Quando os amigos de Daniel negaram se adorar o ídolo de ouro (Daniel 3:18), a palavra usada para isso veio da raiz סָגַד (sagad) ou seja, inclinar-se, prostrar-se, dar honra.

Já em Êxodo 33:10, a palavra usada é הִשְׁתַּחֲוָה (hištaḥawah), que trás este sentido de enclinar-se, prostrar-se também. A palavra grega usada na septuaginta é proskyneõ e é essa palavra que é levada para o novo testamento em texto como João 4:22-24 e Apocalipse 19:10, o qual gostaria de me deter mais.

Se vocês prestarem atenção, há vários textos de Apocalpse que a adoração está ligada ao prostrar-se, como se o sentido da mesma não fosse somente este, mas ligado a ele (Ap. 4:10; 5:14; 7:11; 11:16; 19:4; 19:10; 22:8 e 9). O próprio contexto em que Jesus diz que adoraremos "em Espírito e em verdade" nos deixa claro que não é apenas curvar-se ou prostrar-se, mas vai além. Vejamos o texto abaixo:
E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele disse-me: Olha não faças tal; sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus. Adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia.
Apocalipse 19:10 (veja também 22:8 e 9).
Este é um simples exemplo que não devemos nos curvar a ninguém, muito menos aceitarmos que se curvem a nós. A verdadeira adoração é muito mais complexa que isso, mas inclui o prostrar-se somente a Deus. No livro de Ester temos Mordecai sendo perceguido por não se prostrar para um superior hierárquico, jovens hebreus resistirem ao fogo por não se curvarem a outros deuses, Pedro mandou Cornélio se levantar dizendo que era homem como ele (Atos 10:25-26) e por duas vezes um anjo fez o mesmo com o apóstolo João.

Se um anjo, ser muito superior nós, não aceitou adoração, quem somos nós para aceitarmos? Mesmo que se sinta inferior a outro ser humano, também temos noção, seguindo a palavra do anjo, que somente devemos adorar a Deus. Ele é o único que devemos prestar culto e nos curvar.

Você que é cristão, não escandalize os demais se curvando seja lá para o que ou para quem for. Só Deus deve receber este tipo de reverência.

segunda-feira, 7 de março de 2011

A escravidão e a Bíblia

Uma vez eu citei numa rede social (o orkut, mais especificamente) que a escravidão na Bíblia era uma das mais brandas e revolucionárias de toda a antiguidade. Um membro ateu, que estava lá para mexer com os ânimos da comunidade cristã, zombou indagando como isso seria possível.

Bem, até a Wikipédia, site que não é de todo confiável como informação, confirma isto (veja aqui). O sistema escravista era predominante no mundo conhecido, mas os tipos de escravidão variavam muito. Desde presos de guerra a vendas por pagamento de dívidas aconteciam.

Jesus mesmo dá evidências disto. Na parábola do credor incompassivo, vemos um senhor que iria vender o homem que lhe devia e toda a sua família e objetos para receber a dívida (Mateus 18:25, veja também Levítico 25:39) A escravidão era, claramente, um meio de garantia dos que pediam empréstimos pagarem suas dívidas.

Mesmo este tipo de escravidão não agradava a Deus. Apesar da compra de escravos não ser proibida (Levítico 25:44-46) Em Êxodo 21:16 mostra claramente que fazer um escravo pela força não era aceito, tanto que era punido com a morte. Veja na versão da Nova Tradução da Linguagem de hoje:
Quem levar à força uma pessoa para vendê-la ou para ficar com ela como escrava será morto.
Infelizmente, isso não significa que os israelitas não fizeram isto. Além disso, Deus colocou muitas outras leis que protegiam os escravos de seus senhores (veja Êxodo 21 e Levítico 25). Se um senhor pegasse uma escrava como mulher e depois quisesse pegar outra mulher para si, caso ele não conseguisse manter o mesmo padrão de vida para ela a lei libertaria a esposa escrava. Mais uma vez Deus mostra tolerância para com os costumes humanos, mas sempre apontando para onde ele quer que seus filhos cheguem.


O tratamento que a Bíblia dá aos seus escravos é tão diverso da escravidão que costumamos ver nos livros escolares que muitos tradutores não gostam da palavra "escravo", usando no lugar dessa a palavra "servo".


Mesmo Deus permitindo, e NÃO incentivando, não significa que ele desumanizou estes homens e mulheres que viviam sobre a posse de outra pessoa. Levítico deixa claro que são escravos por dedicarem sua força laborial ao seu dono. Outras incumbências e abusos tinham seu nível de punição na lei. Além disso, veja o que Paulo nos mostra a respeito da igualdade entre os seres humanos:
Desse modo não existe diferença entre judeus e não-judeus, entre escravos e pessoas livres, entre homens e mulheres: todos vocês são um só por estarem unidos com Cristo Jesus.
Gálatas 3:28
 Um dia todo o mal irá cessar, e Deus não permitirá mais nenhuma injustiça.

Nos firmemos nele até lá.

domingo, 6 de março de 2011

6-...ninguém vos julgue pelo[s]... sábados...

Muitos aplicam esse texto de Colossenses 2:16 como a ordem para parar de guardar o sábado. Já outros, mais sinceros, assumem que o texto não fala isto, mas que a guarda do sábado perdeu a obrigatoriedade. Tanto pode ser guardada quanto não, pois isto não importa mais, só Cristo.

Confesso que essa última é mais sútil e sedutora, mas seria isto que o texto vem dizendo? A interpretação de não julgar seria não obedecer mais o mandamento ou de não criticar o modo de guardá-lo? Com certeza a leitura crua e não tendenciosa do verso 16 nos sugere o segundo.

Mas o que o contexto nos mostra? Vejamos a continuação do texto:
Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão,
E não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus.
Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como:
Não toques, não proves, não manuseies?
As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens;
As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne.

Colossenses 2:18-23
 Veja que ele não proíbe ou comuta a prática do mandamento, mas falou para não se importar (não julgar) com os acréscimos dados pelos homens ao mandamento. Segundo o autor de Hebreus, o sábado do sétimo dia não é um dia dado pelo homem, mas por Deus (4:4 e 7), que não é novidade, pois o próprio Deus cita que foi ele quem deu os sábados para nós (Ezequiel 20:12). Em suma, esse texto, de forma alguma desaltoriza ou relativiza a ordem de se lembrar do sétimo dia para o guardar, como diz o 4º mandamento (Êxodo 20:8-11).

Aproveitando esse estudo de Colossenses 2, gostaria de mostrar que o verso 14 não diz que os dez mandamentos foram destruídos, cessaram ou perderam sua importância na cruz. Os mandamentos, principalmente os dez de Êxodo 20:1-17, não são contra nós, mas protegem a nós e a toda a sociedade. Mas a falta de praticá-los nos leva a condenação, pois o real mandamento que é contra nós é:
Então disse o SENHOR a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei do meu livro.
Êxodo 32:33
ou seja:
... a alma que pecar, essa morrerá.
Ezequiel 18:4
Isto que foi cravado na cruz. Nós pecamos, mas nossa divida não foi paga com nossa morte, mas com a de Cristo, por isso ela foi cravada na cruz. Atualmente, nenhum pastor sensato de qualquer religião cristã prega que os mandamentos foram abolidos na cruz, pois ele não admite que haja adultério, assassinato ou qualquer outro dos 10 mandamentos [infelizmente, com excessão do sábado] seja quebrado em sua congregação (Confirme a validade dos 10 mandamentos em Tiago 2:8-12, ou faça um pesquisa na palavra mandamento no novo testamento e veja como ele é confirmado, principalmente em Apocalipse).

Espero que tenha ficado claro.

Deus os abençoe sempre.
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Estudo anterior: 5-Os apóstolos e o dia de descanso
Próximo estudo: 7-O dia de descanso a partir do segundo século a.C.

Obs.: Já peço desculpas pela demora que terei em publicar o último estudo dessa série, pois gostaria de apresentar um material bibliográfico rico e estou sem tempo por causa da nova faculdade que estou fazendo. Acredito que até o meio do ano consigo cumprir meu compromisso com vocês. Perdoem-me.

Torre de Babel: Mito ou verdade?


Mais uma reportagem da isto é enfocando histórias bíblicas.

Vale a pena ler. O link é este, clique aqui.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O que a Educação deve fazer para tornar as pessoas melhores?

"A maior necessidade do mundo é a de homens - homens que se não comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus.

"Mas um caráter tal não é obra do acaso; nem se deve a favores e concessões especiais da Providência. Um caráter nobre é o resultado da disciplina própria, da sujeição da natureza inferior pela superior - a renúncia do eu para o serviço de amor a Deus e ao homem.

"Os jovens precisam ser impressionados com a verdade de que seus dotes não são deles próprios. Força, tempo, intelecto - não são senão tesouros emprestados. Pertencem a Deus; e deve ser a decisão de todo jovem pô-los no mais elevado uso. O jovem é um ramo do qual Deus espera fruto; um mordomo cujo capital deve crescer; uma luz para iluminar as trevas do mundo. 

"Cada jovem, cada criança, tem uma obra a fazer para honra de Deus e reerguimento da humanidade".
W, E. G. Educação. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, p. 57 e 58.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Alto estima ou autoestima?

Atualmente muito se tem falado da auto valoração do ser. Repetir para si mesmo que "você pode", "você consegue", "eu confio em você" é uma maneira de alcançar sucesso e se ver com melhores olhos.

Mas muitas vezes a pessoa se recusa a repetir isto pelo simples fato de não ser verdade, de não acreditar naquilo. Alguns casos extremos as pessoas até pulam de lugares altos por acharem que "podem" realmente voar. Repetir algo que não tenha uma estrutura esterna é apenas recitar um mantra sem significado algum.

Na verdade, não há nada melhor para uma pessoa se sentir auto valorizada do que quando outros demonstram amor por ela. Quantas pessoas não mudaram de atitude para com si mesmas quando foram valorizadas e amadas? Principalmente quando este amor era claramente incondicional, ou seja, sem exigências? Com certeza muitas.

Quando digo sem exigência me refiro ao fato de uma pessoa ser amada sem ter feito nada para merecer isto. Mesmo que ela tenha magoado ou maltratado a pessoa que lhe devota amor, isto não destruiu o amor demonstrado pela outra pessoa.

Este é um amor difícil de se encontrar entre os humanos, mas mesmo assim ainda o encontramos. Na Bíblia temos o caso de Jó que mesmo que erroneamente acreditando que Deus o mataria continuava a professar dedicação a Ele (Jó 13:15).

Mas nenhum amor pode se aproximar do amor demonstrado por Deus a nós:
Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
Romanos 5:8
Deus pretende fazer com que através desse amor nós despertemos para a verdadeira valoração que temos, ou seja, o valor de sermos chamados "filhos de Deus" (João 1:12; 3:16); de sermos alvos de seu amor e cuidados.

Segundo o mandamento divino, o amor ao próximo só pode ser atingido ao amarmos a nós mesmos (Marcos 12:31), pois o bem querer a nós mesmos serve de referência para querer bem aos outros. Foi só por essa falta de referência que Jesus deu o novo mandamento, que em essência é igual à citação, ou seja, amar como Ele amou (João 13:34).

Que possamos estudar a Bíblia para aprendermos de Deus e seu amor por nós, pois seu amor demonstra tanto o nosso valor para Ele quanto para o universo.

E não se esqueça de acreditar mais na aLto estima (a estima que Deus tem por você) do que na aUtoestima ensinada nos dias de hoje, a que muitas vezes tenta construir uma boa estima por meio de mentiras e meias verdades.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Os nomes de Deus: Elohim, YHWH e Adonai.

"Nota especial: As duas designações de Deus mais frequentes no AT são אֱלֺהִם ʾělōhîm e יהוה Yhwh.

(1) אֱלֺהִם é palavra plural, geralmente interpretada como singualar. Pode significar "deuses" quando se usa como plural e "Deus" quando se usa como singular ou plural, com ou sem artigo.

(2) יהוה é o nome de Deus. Por razões piedosas ou supersticiosas יהוה era lida como אֲדֺנָי ʾădōnāy (lit.: meus senhores, meu Senhor). Não sabemos quando o costume começou, mas pode ser datado antes da era cristã. Os massoretas indicaram esta substituição aplicando os pontos vocálicos de ʾădōnāy, ligeiramente modificadas, para יהוה, consequentemente יְהֺוָה. A leitura desta última forma como Yǝhōwāh (=Jeová) data de tempos mais recentes.
[...]

Aqueles que desejam ler יהוה como Yahweh, provável pronúncia original, devem lembrar-se de pontuar novamente estas preposições como bǝYahweh, lǝYahweh, etc.

Quando o nome יהוה ocorre junto com אֲדֺנָי, o primeiro é lido como אֱלֺהִם e pontuado יֱהֺוָה, a fim de evitar a leitura: ʾădōnāy ʾădōnāy".
LAMBDIN, Thomas O. Gramática do Hebraico Bíblico (tradução Walter Eduardo Lisboa). São Paulo: Paulus, 2003, p. 84 e 85.

Obs.: A palavra Senhor grafada toda em maiúscula [SENHOR] significa que no texto hebraico encontra-se o tetragrama (יהוה). Acredita-se que o tetagrama é uma forma arcaíca do hebraico eu sou (Êxodo 3:14) .

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Menos coitadismo e mais enfrentamento mediante as dificuldades

"Nesses anos todos de pesquisa psicológica, percebi que nada cultiva mais uma doença do que ter uma postura "coitadista" diante dela, colocar-se como pobre miserável diante da vida. Por outro lado, nada destrói mais uma doença e esfacela seus mecanismos inconscientes do que enfrentá-la com coragem e inteligência.

"Vi homens se levantarem do caos e conquistarem uma nova vida. Vi pessoas que tinham mais de vinte anos de dependência de drogas que,por diversas vezes, quase morreram por overdoses e que se sentiam impotentes diante do cárcere da dependência, mas, por fim, a venceram. Vi pessoas com mais de trinta anos de depressão grave, que passaram nas mãos de muitos psiquiatras, tomaram quase todo arsenal medicamentoso disponível, tinham perdido completamente a esperança de vida e, por fim, resgataram o prazer de viver. Vi pacientes portadores de graves síndromes do pânico, que tiveram fobia social como sequela, que deixaram de conviver socialmente. Vi pessoas que tinham transtornos obsessivos por décadas e sofriam como os mais miseráveis dos homens em razão de sua ideias fixas de conteúdo negativo, todavia aprenderam a gerenciar seus pensamentos e voltaram a ter encanto pela vida.

"Enfim, vi pacientes considerados irrecuperáveis, desanimados por tantos tratamentos fracassados, conseguindo resgatar a liderança do eu nos focos de tensão, enfrentando com ousadia não apenas a sua doença, mas seu próprio desânimo. Tais homens deixaram de ser espectadores passivos e tornaram-se agentes modificadores de sua miséria".
CURY, Augusto. Superando o cárcere da emoção. São Paulo: Editora Acadêmia de Inteligência, 2007, p. 43.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Cobra com patas 2

Mais uma vez se vê a ciência evidenciar o relato bíblico (veja reportagem de O Globo aqui), mas infelizmente os homens que divulgam a ciência não enxergam isso.

Está claro que a cobra tinha membros e a maldição do pecado que caiu sobre ela tirou esses, mas no meio científico não se pode nem falar sobre isso. Ao contrário se fala da evolução, visão que elimina Deus de tudo que se refere a este mundo.

Mas os homens de fé podem ver evidenciado que a Bíblia continua tendo razão.

Que possamos seguir confiando neste livro que nós faz conhecer esse incrível ser amoroso.
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Veja outras postagens com o mesmo tema:
Cobra com patas?
Cobra alada
A serpente alada de Heródoto

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

5-Os apóstolos e o dia de descanso

O Novo Testamento confirma a continuidade da prática do descanso do 7º dia da criação depois da morte de Cristo. Logo após a morte de Jesus, vemos as mulheres que cuidavam de seu corpo cessarem os cuidados com o corpo por causa do dia santo (Marcos 15:42; Lucas 23:54-56; ) voltando para continuar logo após o término do sábado, ou seja, no início da noite seguinte (Mateus 28:1; Marcos 16:1; Lucas 24:1).

 Jesus também confirmou a continuação da guarda do sábado após sua morte ao pedir para que os discípulos orassem para que não se desse nesse dia os eventos que ele descrevera (Mateus 24:20). Engraçado que os discípulos que amavam Jesus guardaram o sábado depois de sua morte, mas os que planejaram sua morte confabulavam novas mediadas contra Ele no seu dia santo (Mateus 27:62-66).

Atos dos Apóstolos também descreve a prática dos discípulos a respeito do sábado também. Sua reunião com os irmãos aos sábados continuava (Atos 13:14, 42-44; 16:13), seguindo o exemplo de Jesus (Lucas4:16).

O apóstolo Paulo trabalhava todos os dias, inclusive o domingo, e apenas aos sábados parava para ir às sinagogas e pregar o evangelho (Atos 17:2 e 18:3 e 4). E neste mesmo dia se reunia com eles gregos (Atos 18:4) também, ou seja, pessoas de outras nações.

O dia de descanso continuou sendo o 7º dia da criação, deixado por Deus para nosso deleite, ganho ao adoramos e honramos seu santo nome nesse santo dia.
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Último estudo: 4-Jesus e o dia de descanso.
Próximo estudo: 6-...ninguém vos julgue pelo[s]... sábados...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

O mais ridículo na Teoria da Evolução...

... não são as mudanças genéticas que estão mais que confirmadas, não é o surgimento de novas espécies que não deixa de ser possível, mas é o fato de muitos darwinistas insistirem na vida provinda miraculosamente de um único ser, o qual se multiplicou e deu origem a tamanha variedade de animais que temos hoje.

Eles não crêem que em vários lugares surgiram a vida, e que haja mais que uma árvore da vida. Eles acham que nossa similaridade genética nos aparenta, mas não seria ela existente simplesmente por sermos seres vivos? Não seria por termos essa similaridade genética a fórmula da vida, e não o sinal de parentesco?

Os criacionistas refletem na possibilidade dos seres básicos terem saído das mãos de Deus e serem modificados após o pecado, assim como o ambiente fora modificado e as intenções humanas. As descobertas atuais da ciência não contradizem isto.

A maior briga dos criacionistas realmente não está com a biologia, mas com a geologia, pois a datação da terra por esta ainda toca na ferida de muitos cristãos.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

4-Jesus e o dia de descanso

O sábado, como já dito em outras postagens desta série, foi um dia abençoado e santificado por ter sido o dia no qual Deus descansou (Gênesis 2:1-3). Por isso ele ordenou que o homem o lembrasse e o santificasse também (Êxodo 20:8-11).

Para esclarecer um pouco mais o que não poderia se fazer no dia de sábado, Deus deixou alguns princípios para guardá-lo, como: não fazer a própria vontade, mas a de Deus (Êxodo 20:9 e Isaías 58:13); preparar-se no dia anterior [sexta-feira] para não realizar obra no sábado, incluindo a preparação de alimentos (Êxodo 16:22-30; 35:3; Marcos 15:42; Lucas 23:54). São princípios simples, mas a seguinte ordem de Deus fizeram com que os líderes judaicos se preocupassem exacerbadamente com o como guardar o sábado:
Portanto guardareis o sábado, porque santo é para vós; aquele que o profanar certamente morrerá; porque qualquer que nele fizer alguma obra, aquela alma será eliminada do meio do seu povo.
Seis dias se trabalhará, porém o sétimo dia é o sábado do descanso, santo ao SENHOR; qualquer que no dia do sábado fizer algum trabalho, certamente morrerá.

Êxodo 31:14 e 15
Talvez os líderes judaicos da época ouviram estas palavras divinas da mesma forma que o leitor deste blog ouviu, levando-o como um decreto de morte imediata. Mas não se esqueçam que Deus também tinha dito que no dia que comessem do fruto eles morreriam (Gênesis 2:17), mas eles não morreram imediatamente. Se não fosse o sangue de Cristo eles teriam sido extirpados da vida eterna, mas com Cristo eles receberam de volta a vida eterna. Desta mesma forma devemos ver este texto, pois os sabem que devem lembrar e santificar o sábado e não o fazem deliberadamente serão extirpados da vida eterna, sobrando só a morte.

Voltando aos judeus, por medo de pisarem no mandamento do Senhor eles criaram diversos regulamentos para que o homem de Deus não quebrasse esse santo mandamento, tornando o sábado o maior fardo da fé judaica.

Jesus amava o sábado (Lucas 4:16 e 31; 13:10; Marcos 1:21; 6:2), mas não gostava da maneira que o dia santo era guardado (João 7:22-24). Por isso ele fazia questão de quebrar paradigmas gerados a respeito da guarda do mesmo. Vejamos eles:

1) O sábado não é mais importante que a misericórdia: Deixar de pensar nas necessidades de um irmão no dia de sábado é quebrar o desejo de Deus para nós (Mateus 12:1-8; Marcos 2:23-28; Lucas 6:1-5);

2) Todos os dias são dias de cura e salvação, incluindo o sábado (Mateus 12:9-13; Marcos 3:1-5; Lucas 6:6-11; 13:10-17; 14:1-6; João 5; 9:14-16; João 7:21-24);

3) O sábado foi feito para ser uma bênção para o homem, e não o homem foi feito para servir ao sábado (Marcos 2:27);

4) Jesus é dono [Senhor] do sábado, por isso ele sabe maneira correta de guardá-lo (Mateus 12:8; Marcos 2:28; Lucas 6:5).

Jesus tentava demonstrar claramente para eles que o principal problema deles não residia na guarda do sábado, mas no estado do coração, pois o mesmo não via a hipocrisia deles.

Uma certa vez (João 5), Jesus pediu para um paralítico que curara que levasse seu leito. Muitas pessoas acreditam que essa ordem de Jesus estava desabonando a guarda do sábado. Pense! O paralítico estava num lugar público, com uma grande multidão. Jesus o cura e pede para levar sua cama (leito). Muitos imaginam uma cama enorme, mas na verdade era uma esteira (veja desenho acima), inclusive, mesmo dentro das casas as pessoas dormiam com esse tipo de material. Isso é o bastante para desabonar o sábado?

No mesmo capítulo Jesus é acusado de trabalhar no sábado. Sua resposta também desabona o sábado, segundo alguns críticos:
E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.
João 5:17
Esse texto vai de acordo com a semântica verdadeira da palavra hebraica sábado, ou seja, cessar o que se está fazendo. Este texto de forma alguma contradiz o de Gênesis 2:1-3, pois lá o descansar significa cessar, assim como nas demais partes da Bíblia, que são mau interpretadas até hoje.

Ao dizer que o pai trabalha sempre, Jesus estava demonstrando que a manutenção da vida não cessa com o descanso divino. Assim como o pai a mantêm Jesus também a mantêm. Mas não achamos nenhum texto que Jesus está levando uma tora de madeira no sábado, ou recebendo de algum emprego que ele acabara de realizar. Todas as obras eram para o bem, para a vida. Deste modo ele nunca deixou de trabalhar, especialmente no sábado, dia em que Deus deseja que tenhamos deleite (Isaías 58:13 e 14).

Veja que Jesus não vai contra os princípios estabelecidos por Deus para o sábado em nenhum momento, apenas confirmando a verdadeira forma e espírito que devemos lembrar e abençoar este santo dia.
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Estudo anterior: 3-Domingo é o dia do Senhor?
Próximo estudo: 5-Os apóstolos e o dia de descanso.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

3-Domingo é o dia do Senhor?

Eu fui [arrebatado] no Espírito no dia do Senhor...
Apocalipse 1:10
A Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH), seguindo o exemplo de sua antecessora, simplesmente declara em sua nota indicava para o dia do Senhor: Domingo. Ela não está só, pois o programa Glow indica uma declaração do Dicionário da Bíblia de Almeida, ambos da Sociedade Bíblica do Brasil, no verbete "Dia do Senhor" declara em acordo "o domingo".
Em consulta a este mesmo programa (Glow) e o mesmo indicando novamente o Dicionário da Bíblia de Almeida, vemos uma nova declaração em favor ao domingo, interessantemente no verbete "sábado":
O sétimo dia da semana, dedicado, entre os judeus, ao descanso e a adoração (Gênesis 2:2-3; Êxodo 20:8-11). A quase totalidade das igrejas cristãs guarda o DOMINGO.
Detalhe, as maiúsculas em "domingo" NÃO são acréscimos meus. Há ainda outra distorção histórica que o programa aponta nesse dicionário, agora no verbete "domingo":
Primeiro dia da semana, em que se comemora a ressurreição de Jesus Cristo (João 20:1-25). Após a ascensão de Jesus, os cristãos se reuniam tanto no sétimo dia da semana (o sábado) como no primeiro (o domingo), mas aos poucos o domingo se tornou o dia de guarda (Atos 20:7; 1 Coríntios 16:2; Apocalipse 1:10).
Bem, uma rápida visão nos textos citados já desfazem grande parte do texto. Em João 20:1-25 há sim a alegria de ver Jesus ressurreto, mas não há nenhum culto que ao menos lembre do sábado. Em Atos 20:7 a reunião foi feita na noite de domingo, a qual chamamos atualmente de sábado a noite. Isto, pois o dia era composto de tarde e manhã, ou como a própria Tradução da Linguagem de Hoje declara "A noite passou, e veio a manhã. Esse foi o primeiro dia." (Gênesis 1:5). O motivo da reunião também está explicado: Paulo partiria no dia seguinte. Se essa fora um exemplo de ordenança de descanso no primeiro dia, todos os atuais guardadores do domingo estão cometendo um gravíssimo erro na guarda deste dia.

I Coríntios 16:2 é ainda um texto pior para se apontar como sendo de uma reunião domingueira, pois nele não se diz nada disso. Era para a pessoa separar o que receberia nesse dia para não pensar em ajuntar esse dinheiro quando ele chegasse. Como os trabalhadores recebiam diariamente (Mateus 20:8 e 9), ele pediu que no primeiro dia de trabalho eles já separassem algo para doarem. Esse texto mais mostra a falta de guarda do domingo do que qualquer outra coisa.

Antes de ampliar a discussão sobre o domingo, gostaria de esclarecer o que significa o vocábulo domingo em sua língua original. Domingo não é uma palavra originada das línguas bíblicas, mas do latim, língua eclesiástica entre na Igreja Católica Romana. Dominicus é o original latino e significa dia do Senhor. Ou seja, está palavra não se encontra nos originais bíblicos, mas é uma tradução latina de outros vocábulos que tinham este significado.

John D. Davis, escritor do Dicionário da Bíblia da editora JUERP, defende que o termo expresso em Apocalipse 1:10 se refere ao domingo (veja o argumento no vocábulo "dia do Senhor" no dicionário, p. 157). Ele descrê das possibilidades do dia do Senhor se referir ao dia da volta de Cristo e o sábado que sempre foi declarado como do Senhor pela utilização de uma palavra que não tinha sido utilizada anteriormente no Novo Testamento, kuriaké, ou seja, dia do Senhor. Este é um motivo bom suficiente para ele descrer de toda a exegese que mostra que o sábado é o dia do Senhor (veja nosso estudo anterior, ou simplesmente os versos de Êxodo 20:10 e Mateus 12:8) e assumir que o domingo, dia em que não há nenhuma ordenança de guarda, ser considerado o dia do Senhor.

Sei que há grande ansiedade para ver na Bíblia algum motivo mais claro para a guarda do Domingo, mas não há. Os únicos motivos são o de se diferenciar dos judeus e evitar uma briga forte contra o império, este sim, um motivo claro para o início da guarda domingo como dia de descanso. Vejam este decreto de Constantino:
Cod. Justin., III.XII.3 (Corpus Juris Civilis, II. 127)
Constantino a Elpídio. Todos os juízes, cidadãos e artesãos descansarão no venerando dia do sol. Os camponeses poderão, porém, atender à agricultura, por ser este o dia apropriado para fazer a sementeira ou plantar vinhas, pois não se deve desperdiçar a oportunidade concedida pela divina Providência, visto ser de curta duração a estação própria. 7 de março de 321.
BETTENSON, Henry. Documentos da Igreja Cristã. São Paulo: Aste, 2001.
Biblicamente não há evidências para declarar que o dia do Senhor de Apocalipse 1:10 se refere ao domingo. As possibilidades de colocá-lo como o dia da volta de Cristo, julgamento final ou sábado tem exegeses contribuindo, mas não para o domingo.

Sinto muito, mas essa é a verdade.
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Estudo anterior: 2-O sábado é só para os judeus?
Próximo estudo: 4-Jesus e o dia de descanso.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

2-O sábado é só para os judeus?

O pensamento de que o sábado é apenas para os judeus não é apenas dos não sabatistas, mas de muitos estudiosos judeus. Esses estudiosos acham que as leis universais pelas quais os gentios são julgados eram as da segunda tábua dos mandamentos, ou seja, a partir do 5º mandamento. Adorar outros deuses, desonrar, ter vários deuses e não guardar o sábado não fazem os povos pagãos caírem na maldição divina. Alguns outros acham que apenas a lista de abominações de Levítico 17 e 18, que estão resumidas nas proibições de Atos 15:29.

Vejam que a discussão não só fica na questão do sábado, mas em seus mandamentos também. Veja que a lei é universal (Eclesiastes 12:13; Tiago 2:8-13; I João 3:24; Apocalipse 12:17; 14:12). Mas é o sábado. Teria alguma coisa falando que ele é apenas para os judeus?

Alguns dizem que sim, através da interpretação deste texto:
Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito, e que o SENHOR teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido; por isso o SENHOR teu Deus te ordenou que guardasses o dia de sábado.
Deuteronômio 5:15
Este verso vem logo após da repetição do mandamento do sábado, num texto onde a voz de Moisés repete a lei de Êxodo 20:1-17. Esse contexto é muito importante, pois aqui Moisés fala com o povo liberto do Egito, ou seja, ele deixou o mandamento mais vivo para eles. Eles deviam guardar o sábado porque foram salvos por Deus, portanto deveriam obedecê-lO.

Outros já vêem no texto que ordena os "filhos de Israel" a guardá-lo (Êxodo 31:16) que apenas estes deveriam, mas isso não significa que os que entrarem nesta fé não o devam. E segundo Paulo, nós (não judeus) fomos enxertados a Israel (Romanos 11) e os 144.000 que não passaram pela morte são das tribos de Israel (Apocalipse 7:4), ou seja, os cristãos são Israel.

Mas como saber que Deus mandara antes de Moisés que guardassem o sábado? Bem, não há essa ordem antes de Moisés explicitada na Bíblia, mas uma coisa é clara, o sábado já existia antes, a verdade, o sábado só é um dia mais novo que Adão e Eva (Gênesis 1:26-31; 2:1-3). Veja o que esse texto de Neemias relata sobre o sábado ao repetir a história da libertação de Israel do Egito:
E o teu santo sábado lhes fizeste conhecer; e preceitos, estatutos e lei lhes mandaste pelo ministério de Moisés, teu servo.
Neemias 9:14
Veja que o sábado ficou conhecido dos Israelitas, mas o mesmo já existia, afinal, é ele o único sentido para que exista semana, e ainda de 7 dias. Agora atente-se ao mandamento:
Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas [para que teu servo e tua serva descansem como tu].
Êxodo 20:10 e Deuteronômio 5:14.
Mas Isaías deixam ainda mais claro que o sábado não é só do judeu:
Assim diz o SENHOR: Guardai o juízo, e fazei justiça, porque a minha salvação está prestes a vir, e a minha justiça, para se manifestar.
Bem-aventurado o homem que fizer isto, e o filho do homem que lançar mão disto; que se guarda de profanar o sábado, e guarda a sua mão de fazer algum mal.
E não fale o filho do estrangeiro, que se houver unido ao SENHOR, dizendo: Certamente o SENHOR me separará do seu povo; nem tampouco diga o eunuco: Eis que sou uma árvore seca.
Porque assim diz o SENHOR a respeito dos eunucos, que guardam os meus sábados, e escolhem aquilo em que eu me agrado, e abraçam a minha aliança:
Também lhes darei na minha casa e dentro dos meus muros um lugar e um nome, melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará.
E aos filhos dos estrangeiros, que se unirem ao SENHOR, para o servirem, e para amarem o nome do SENHOR, e para serem seus servos, todos os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem a minha aliança,
Também os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos.
Assim diz o Senhor DEUS, que congrega os dispersos de Israel: Ainda ajuntarei outros aos que já se lhe ajuntaram.

Isaías 56:1-8
Ficou claro agora que o sábado não é só para o judeu, israelita, árabe, mas sim para todo aquele que se une a Deus, não é?

O descanso (no sentido de cessar os serviços corriqueiros para se dedicar a Deus e sua obra, especialmente a de adoração) será uma prática eterna segundo o texto a seguir:
E será que desde uma lua nova até à outra, e desde um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR.
Isaías 66:23
Que Deus abençoe a todos nós.
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Estudo anterior: 1-Dias de descanso.
Próximo estudo: 3-Domingo é o dia do Senhor?

1-Dias de descanso

Ao primeiro dia haverá santa convocação; nenhum trabalho servil fareis.
Sete dias oferecereis ofertas queimadas ao SENHOR; ao oitavo dia tereis santa convocação, e oferecereis ofertas queimadas ao SENHOR; dia de proibição é, nenhum trabalho servil fareis.
Estas são as solenidades do SENHOR, que apregoareis para santas convocações, para oferecer ao SENHOR oferta queimada, holocausto e oferta de alimentos, sacrifício e libações, cada qual em seu dia próprio;
Além dos sábados do SENHOR, e além dos vossos dons, e além de todos os vossos votos, e além de todas as vossas ofertas voluntárias, que dareis ao SENHOR.
Porém aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes recolhido do fruto da terra, celebrareis a festa do SENHOR por sete dias; no primeiro dia haverá descanso, e no oitavo dia haverá descanso.

Levítico 23:35-39
Levítico 23 fala das santas convocações de Deus, onde, alguns destes dias, eram separados para descanso. Eram feriados nacionais para dedicação a Deus e reflexão nos métodos de salvação que Deus queria apresentar ao povo. Eles caiam em qualquer dia da semana, pois seguiam o calendário judaico.

Mas estes dias de descanso eram diferentes do "sábado do SENHOR". Eram considerados não sábados de Deus, mas do povo. Atente-se ao seguintes verso:
É um sábado de descanso para vós, e afligireis as vossas almas...
Levítico 16:31
O contexto fala do dia da expiação, o famoso Yom Kipur, guardado pelos judeus até hoje, que pode cair em qualquer dia da semana. Note a semelhança com o verso seguinte:
Sábado de descanso vos será; então afligireis as vossas almas; aos nove do mês à tarde, de uma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sábado.
Levítico 23:32
Veja que o ser humano tinha um sábado que era considerado dele (veja outra alusão em Levítico 26:35). Eram esses feriados. Até a terra tinha sábados considerados para ela. Na verdade o sábado da terra era de um ano, dependendo sempre do ano que começava o plantio (Levítico 25:4, 26:34).

A palavra sábado vem do radical hebraico shabbat (šbt), que significa mais literalmente parar de trabalhar, cessar o que se está fazendo. Não seria diretamente descanso, pois não seria necessário estar cansado para se realizá-lo.

Assim, os dias de descanso são diferenciados na Bíblia através do uso desses possessivos. O sétimo dia, dia do descanso de Deus, é nomeado pelo próprio Deus como "meu sábado" (Êxodo 31: 13; Levítico19:30; Ezequiel 20:12 e 20) ou mais especificamente sábado do SENHOR (Êxodo 16:23 e 25; 20:10; Levítico 23:3, Deuteronômio 5:14), ganhando esses nomes por causa da clara referência ao "descanso" de Deus na criação do mundo (Gênesis 2:1-3).

Veja que no mínimo há três sábados distintos, sendo que o que claramente o 4º mandamento ordena a observância é a do chamado "sábado do SENHOR", sendo esse o do sétimo dia da semana.
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Introdução: O 7º dia e o sábado.
Próximo estudo: 2-O sábado é só para os judeus?

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O 7º dia e o sábado

Alguns podem estranhar o título dessa postagem. A intenção dele e trazer a discussão o último conceito a respeito do sétimo dia e o descanso semanal.

Apesar do sétimo dia ser citado na Bíblia em outras ocasiões, as que claramente ficaram mais marcadas foram as referentes ao sétimo dia da criação divina, no qual Deus descansou, abençoou e santificou tal dia (Gênesis 2:1-3).

Na texto que descreve os dez mandamentos (Êxodo 20:1-17), lá está ele (v. 8-11), ganhando agora o nome de sábado. Neste texto, o sábado e o sétimo dia são indissociados:
Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus...
v.10
Mas hoje ele está sendo dissociado. O sábado tornou-se um dos temas mais polêmicos da Bíblia, por sua associação anti-semítica aos judeus, esquecendo que o cristianismo é originado de judeus (veja a origem de Jesus e dos apóstolos).

A primeira igreja cristã a associar suas crenças no sétimo dia de descanso ao nome da mesma é a Igreja Batista do Sétimo Dia. Sua influência atingiu outros movimentos, sendo o principal deste a dos adventistas do sétimo dia. Hoje ainda há os dissidentes da Igreja Adventista, cristãos messiânicos e outros.

Há muita briga e rivalidade entre cristãos sabatistas e não-sabatistas, para vergonha de todo o meio. Muita literatura foi levantada e diversos estudos foram realizados. Discussão levada até para a questão da salvação pela fé ou pelas obras, incluindo a lei ainda estar vigente ou não. A última tentativa que notei a respeito da união da lei moral, que inclui o 7º dia, e o dia de descanso ficou no princípio de dissociar o descanso do sábado, sendo válido em qualquer intervalo de seis dias, sendo o sétimo de descanso. Por isso o título da postagem.

Gostaria de trazer esta discussão, mas não para magoar irmãos, ofender credos ou provar pontos de vista. Meu coração evitou o máximo trazer este tema por causa de sua polêmica entre os próprios irmãos de fé, mas creio que Deus não quer que eu fuja de coisas que estão na sua própria palavra.

O plano de estudo:

1-Dias de descanso
2-O sábado é só para os judeus?
3-Domingo é o dia do Senhor?
4-Jesus e o dia de descanso
5-Os apóstolos e o dia de descanso
6-...ninguém vos julgue pelo[s]... sábados...
7-O dia de descanso a partir do segundo século a.C.

O marcador para estes estudos será "dia de descanso".

Orem para que eu possa redigir estudos inspirado por Deus. Amém.
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Próximo estudo: 1-Dias de descanso.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Extermínio de povos/nações

Sempre quando assisto filmes que falam de genocídios ou então ouço sobre o ódio motivado por estereótipos, vem-me a mente as acusações que muitas pessoas fazem ao Deus bíblico por causa das suas ordens para o extermínio de nações inteiras.

Confesso que minha cabeça já doeu muito ao ler estes versos e ao ouvir também estas acusações, e sei que isto não acontece só a mim. Os versos bíblicos que falam do extermínio de outros povos, nações ou raças são muito dolorosos para nós, geração criada por uma mentalidade humanista (de forma alguma isso é um elogio).

A morte de inocentes sempre doerá em nossos corações, ao menos enquanto eles forem de carne. Mas nós não temos capacidade de julgarmos isto simplesmente por não podemos ver todos os lados, muito menos ler os corações das pessoas. Mas Deus pode, pois ele tem estas características (I Samuel 16:7; Jó 11:11; Salmo 37:18; 94:11; 139:3, 4; Eclesiastes 12:13 e 14; Daniel 2:22). Por isso mesmo Ele é chamado de "juiz de toda a terra" (Gênesis 18:25, Salmo 94:2), "juiz justo" (Salmo 7:11, Jeremias 11:20), ou seja, Deus é "o" Juiz:
Mas Deus é o Juiz: a um abate, e a outro exalta.
Salmo 75:7
Porque o SENHOR é o nosso Juiz; o SENHOR é o nosso legislador; o SENHOR é o nosso rei, ele nos salvará.
Isaías 33:22
Ou seja, Deus é o único que poderia aplicar a pena de morte de maneira justa e benéfica para o universo. Ele é o único que poderia calar o clamor da Terra por justiça a respeito do sangue inocente derramado, e o único que pode saber qual é verdadeiramente o sangue inocente (veja "O Vingador de Sangue" aqui).

Infelizmente, muitas pessoas se utilizam de argumentos ardilosos para justificarem beneficamente atos horríveis como os que aconteceram contra os judeus, testemunhas de Jeová, negros, ciganos, deficientes, homossexuais e outras minorias durante os anos da segunda guerra. Ateus militantes julgam que estes horrores são os mesmos que o próprio Deus bíblico mandara quando ordenara o extermínio de povos no passado.

Mas, como já vimos, há diferença. A própria Bíblia que mostrou estes massacres também mostra o padrão de vida e de amor que se deve viver entre os de sua comunidade israelita/cristã e os estrangeiros. É um padrão de amor e respeito. Deus promete pena de morte sim, mas para aqueles que insistem em fazer o mal. Dá uma lei para seus filhos e é grandemente misericordioso para os demais povos, mas claramente estabelecendo um limite (Gênesis 15:16; 2 Pedro 3:9-13).

A pergunta então é: como saber quando alguém está falando em nome de Deus ou por si mesmo? O padrão é a Palavra de Deus (Isaías 8:20). Ela que nós faz ter um coração de carne e compassivo ao próximo (Ezequiel 36:26; Mateus 5:39; Romanos 12:21).

O estudo sincero e puro da Palavra de Deus com certeza nos levará a ter muitos momentos de dor e reflexão, mas seu resultado, quando estudada de forma sincera e para encontrar a Deus, é um coração compassivo e amoroso, reconhecendo um Deus justo e misericordiosos para com todos.

Outra coisa que pode nos deixar tranquilos quanto a estes extermínios é que eles não estão mais em nossas mãos (como vimos na postagem "O Vingador de Sangue"):
Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.
Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor.
Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.
Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.

Romanos 12:18-21
Ou seja, esta justiça está em Cristo, não pertence mais a nós. Na verdade, nunca pertenceu. Só fomos instrumentos, mas o Juiz sempre foi Deus, e Ele não mais nos usará como espada para matar. Pertence a nós apenas fazer o bem. O próximo extermínio de povos será apenas no retorno de Cristo, e será o extermínio completo do povo que desprezou o convite divino no coração, realizado não por nós, mas por Ele (2 Tessalonicenses 1:7-9).

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Vinho na Bíblia

Para quem são os ais? Para quem os pesares? Para quem as pelejas? Para quem as queixas? Para quem as feridas sem causa? E para quem os olhos vermelhos?
Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam buscando vinho misturado.
Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente.
No fim, picará como a cobra, e como o basilisco morderá.
Os teus olhos olharão para as mulheres estranhas, e o teu coração falará perversidades.
E serás como o que se deita no meio do mar, e como o que jaz no topo do mastro.
E dirás: Espancaram-me e não me doeu; bateram-me e nem senti; quando despertarei? aí então beberei outra vez.

Provérbios 23:29-35
 Mais um assunto polêmico. Mas achei um bom estudo na internet para esclarecer melhor isto. Parecia ter sentido ao menos. É um artigo chamado "Um Estudo sobre o vinho na Bíblia" do pastor Nilton Bernini. Leia o artigo aqui.

Também há um artigo do pastor Demóstenes Neves da Silva intitulado "O vinho na Bíblia" aonde você pode encontrar um estudo sobre as palavras do Antigo Testamento usadas em diversas ocasiões. Veja este arquivo aqui.

Não me aprofundei muito nestes estudos, mas estes dois sites, principalmente o primeiro, parecem-me bem coerentes. Muitos cristãos e outros religiosos se embriagam e desgastam suas famílias e sociedades há milênios. O pior que nem sei se sou contra a ilegalização desta droga, pois isto só traria mais contrabando e lutas secretas, assim como já aconteceram muitas no último século quando portos americanos proibiam o uso do produto.

Ainda não consigo ver uma solução melhor para evitar estes males a não ser a abstenção destes produtos, pois o uso moderado não será moderado quando passarmos por uma amargura grande.

Se você não tem força para parar, ou pior, não quer parar, ore a Deus e discuta o problema com Ele. Acredite a cada dia que sua vida pode melhorar.

Deus te abençoe.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Anjos

Há muitas angelologias por aí, não é verdade? Vemos frequentemente diversas versões de anjos, sendo estes homens, mulheres e crianças com aspecto sereno, triste, radiante e até sedutor. Mas o que a Bíblia fala sobre os anjos?

Na Bíblia Hebraica a noção de anjo é um tanto confusa. A palavra hebraica para anjo é malach (ou mal’ak) que significa mensageiro, emissário, enviado. O Grego ággelos e o latino angelus tem o mesmo significado.

O uso desse significado que parece ficar um tanto confuso. Em diversos textos que essa palavra foi usada para seres sobrenaturais ela não teve um uso único. Algumas vezes foi usada se referindo ao próprio Deus, como vemos no caso das teofanias, e outras vezes para seres muito mais enigmáticos. Ao se acrescentar os textos do novo testamento ao estudo desses seres temos uma melhor ideia do que eles são, segundo a Bíblia. Vejamos alguns textos para entender o pouco que a Bíblia revela a respeito desses seres incríveis.


Os anjos são: seres criados por Deus (Salmo 148:2-5); não se reproduzem, ou seja, não fazem sexo (Mateus 22:30); são corpóreos (I Coríntios 15:44); são em maior número que nós (Apocalipse 5:11); tem capacidade de pecar (II Pedro 2:4), ou seja, são detentores de livre arbítrio como nós. Essa capacidade de pecar ou ser fiel faz com que eles se subdividam em duas grandes classes:
E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos; Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.
Apocalipse 12:7-9
Miguel é um personagem muito discutido no meio acadêmico. Seu nome vem do hebraico Michael (Mika’el) significando "quem é como Deus". Desta forma, só Jesus preencheria este requisito. Veja que Satanás, o diabo, é o Dragão e tem seus anjos (Mateus 25:41) e Jesus, os seus (Mateus 16:25). Em Judas 9, Miguel é identificado como arcanjo (chefe/principal dos anjos) sendo um ótimo titulo para Jesus também. Em I Tessalonicenses 4:16, Jesus é apresentado como tendo voz de arcanjo. Como esse são os únicos textos que falam de arcanjo, e pela palavra "arqui" como sufixo, possivelmente Jesus seja o único arcanjo que já existiu.


Mas a obra destes anjos são completamente diferentes. Vejamos primeiramente o que fazem os anjos bons: protejem, cuidam (Salmos 34:7; 91:11); servem de guarda (Gênesis 3:24); observam-nos (Eclesiastes 5:6; Mateus 18:10); são mensageiros (Lucas 1:19); testemunham (Daniel 7:10; Mateus 18:10); recolhem os justos no retorno de Jesus (Mateus 24:31). Em suma, os anjos bons são servos de Deus:
Então, o que são os anjos? Todos eles são espíritos que servem a Deus, os quais ele envia para ajudar os que vão receber a salvação.
Hebreus 1:14 (Nova Tradução da Linguagem de Hoje)
Já os anjos maus: transformam-se e se disfarçam (II Coríntios 11:14 e 15); lutam contra nós com intenção de roubar, destruir e matar (Efésios 6:11 e 12; João 10:10); e enganam (I Timóteo 4:1). No fim do milênio eles reunirão todos os seus seguidores para tomar a Nova Jerusalém (Apocalipse 20:1-9).

Outras curiosidades: Apesar de haver um grande número de figuras de anjos com feições femininas, a Bíblia não registra nenhuma aparição de anjo com aspectos femininos. Os querubins são descritos como anjos que ficam próximos do altar divino e como guardas do trono celeste na Bíblia. Nenhum anjo, fora os querubins, é descrito com asas. Muitas aparições de anjos foram comunicadas inicialmente apenas como aparições de homens. Os anjos existiam antes mesmo de qualquer ser humano morrer, ou seja, não são espíritos de mortos (Gênesis 3:24).
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Veja também "A queda de Satanás e seus anjos (Apocalipse 12)".