sexta-feira, 2 de abril de 2010

Incenso

Também fez o azeite santo da unção, e o incenso aromático, puro, qual obra do perfumista.
Êxodo 37:29
No tabernáculo israelita havia vários objetos ritualisticos. Entre eles havia o altar de holocausto, a pia para purificação dos sacerdotes, a mesa com os pães, o candelabro (que hoje é um dos simbolos do judaísmo) e a arca da aliança. Além desses havia o altar do incenso, localizado no lugar santo do tabernáculo.

Como o sangue fazia parte do processo de remissão do pecado, não é de estranhar que o lugar ficasse com um cheiro desagradável aos sacerdotes, e principalmente a Deus. Afinal, Deus não se agrada do sangue de animais (Hebreus 10:6-8). Então, para que o sangue derramado fosse agradável a Deus era necessário o incenso para perfumar o ambiente.

Mas, como hoje sabemos, todo o sistema de sacríficios e oferendas eram um tipo (símbolo) do antítipo (realidade) que se realizou em nosso Senhor Jesus Cristo. Pensando nisso, vejamos o trecho abaixo:
Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar[...]
Isaías 53:10
Um sacrifício em si não é agradável, nem deve ser, pois ele só foi necessário pelo pecado de um outro ser. Ele é necessário, mas de forma alguma é agradável. Veja que ele ser feito mecanicamente também não funciona:
[...] e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
I Coríntios 13:3
Vejam que é o amor, sim, o amor que torna o sacríficio agradável a Deus. O incenso que permitia deixar um cheiro agradável em meio a tanto sangue era símbolo do amor demonstrado em Jesus. E se alguém ainda tiver dúvida que é o amor que tornou o sacrificio do filho imaculado de Deus aceitável, vejamos uma declaração do mesmo:
Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.
João 15:13
Mas Jesus foi muito além desse amor. Ele morreu quando nós ainda eramos seus inimigos. E o Pai ainda demonstrou maior amor, pois permitiu que seu Filho amado morresse por nós. Maior amor, pois entregar seu filho é maior do que se entregar a si mesmo, não é verdade?
Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.
Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.
Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
Romanos 5:6-8
Ele nos amou antes de sermos seus amigos. Ele se deu por nós antes mesmo de o aceitarmos. Seu amor é o mais sublime que poderíamos contar. Não há outro igual.

Mas a significação do incenso não para por aí. O novo testamento trás ainda mais luz para entendermos como o sacrifício de Jesus poderia agradar o Pai. Vejamos mais um texto:
E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos.
Apocalipse 5:8
As orações dos santos (santos=separados). O incenso, ou seja, o que torna o sangue de Cristo agradável não é apenas o amor, mas os corações que este amor angariou para si.

É óbvio que Deus jamais se agradaria da morte do seu Santo se o mesmo não fosse útil para salvar. Não poderia ser agradável se não fosse útil. Mas foi. As orações dos santos (os que aceitam o sangue de Jesus para serem separados para com Deus) pedindo perdão, intercedendo, mostrando sua dependência de Deus completam os dois grandes motivos para que a morte vicária de Cristo se tornasse aceitável para com nosso Deus.

Amor e as conversões realizadas por esse amor. Isso que traz alegria em um ato tão bizarro como é a morte de um inocente.

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