quinta-feira, 3 de junho de 2010

Êxodo 20:5-6, parte 1: A herança genética

porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.
E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.
Êxodo 20:5 e 6
Há um grande consenso entre exegetas de diversas religiões ao interpretarem estes versos visando a hereditariedade humana.

Eles costumam dizer que Deus persegue os traços maus herdados de nossos ascendentes, inclusive doenças e erros de caráter. Mas os bons bons também seriam consideradas geneticamente, como visto no verso, e por muito mais tempo.

Interessante que este não é o único verso bíblico que trata sobre a descendência, ou seja, dos filhos e da certeza de sucesso dos mesmos.

Mas qual seria a importância dos filhos nos diversos contextos de nossa história humana?

Bem, desde sempre o homem reconhece nos filhos os seus traços e de sua parceira, e vice-versa. Essa herança genética traz o conforto de perpetuar seu próprio ser na história da humanidade. Isto fica nítido ao passarmos pelas bênçãos e maldições proferidas na Bíblia, sempre envolvendo a genealogia futura dos homens.

Ao meu ver, esta promessa nos alivia por diversos motivos. Um deles é o próprio desejo de mantermo-nos eternos de algum modo. Outro seria o de ver seus erros serem concertados nos filhos. Até hoje queremos que nossos filhos sejam melhores do que fomos e façam o que não conseguimos fazer, não é mesmo?

Mas o mais maravilhoso é o saber que meu filho, fruto do amor entre eu e minha amada, trará o melhor de nós dois. Imaginem o que é amar um ser, caso eu me ame e ame minha esposa. Seria um amor inigualável, não é mesmo? Ao menos deveria ser assim.

Mas não é só no positivo que os filhos puxam os pais. Veja o final triunfal de Brás Cubas, na obra tão conhecida de Machado de Assis:
E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: -- Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.
Infelizmente, notamos que muitas pessoas pensam exatamente assim sobre a sua descendência. Mas, mais que claro fica que essa noção de descendência é uma forma de perpetuidade dada a um pedacinho de nossos genes.

Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim.
Eclesiastes 3:11 (ARA)

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