segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Ressurreição

Infelizmente há muita má compreensão a respeito da doutrina que nos traz a maior esperança que temos: a ressureição. Claro que as distorções são  muitas vezes causadas por um desejo de conforto em relação a pontos de vista pré-concebidos e uma esperança a muito aguardada. Mas acredito que a esperança bíblica é mais saudável para nossos corações.

A ressurreição é confundida por muitos com a reencarnação ou até mesmo com uma vida num corpo fantasmagórico. Mas vamos a exegese bíblica para entendermos melhor o que ela diz sobre o assunto. Sua polêmica não é atual, mas remete aos tempos de Jesus. Os saduceus, por exemplo, não criam na doutrina da ressurreição. Jesus teve que mostrá-los que ela era confirmada nas escrituras (veja mais aqui). Muitos ouvintes de Paulo não quiseram mais ouví-lo quando ele começou a falar na ressurreição de Cristo. Na igreja de Coríntios tinha uma grupo que não acreditava na ressurreição (1 Coríntios 15). Ou seja, a incredulidade e distorções dadas a essa doutrina não são de hoje, mas milenares.

A palavra ressureição vem do latim ressurectio que é o ato de ressurgir, voltar à vida, reanimar-se. Está foi a palavra latina escolhida para traduzir o grego anástasis e égersis, que significa levantar, erguer, surgir, sair de um local ou situação para outro (Dicionário da Bíblia de John D. Davis). Já está é a palavra usada para o termo hebraico heaiah (ou hechaiah), voltar a viver ou voltar dos mortos. (2 Reis 8:1 e 5, Isaías 26:19, Oséias 6:2). Também temos o verbo hebraico heqi ou heqits (Isaías 26:14; Daniel 12:2, Oséias 6:2), acordar, levantar-se.

Se o estudo semântico da palavra ainda não deixou claro sua significação, o estudo do contexto bíblico o fará.

Tanto Eliseu quanto Elias foram utilizados para Deus reviver a vida de crianças mortas (1 Reis 17:17-24 e 2 Reis 4:8-37; 5:1-5). Num caso um morto tocou nos ossos de Eliseu e voltou a viver instantaneamente (2 Reis 13:21). Já os textos de Isaías 26:14 e 19, Daniel 12:2 e Oséias 6:2 mostram claramente que há uma esperança de os mortos ressurgirem.

No Novo Testamento esta esperança fica ainda mais clara. Graças a Jesus, ela ficou ainda mais esclarecida. Em sua discussão com os fariseus e saduceus (veja aqui), Ele confirma que os justos viverão. Paulo também diz que sem a ressurreição nossa esperança é vã (1 Coríntios 15:11-20).

Fora a confirmação doutrinária, o próprio Cristo e outros apóstolos realizaram ressurreições. Há mais que cem citações sobre ressurreição no Novo Testamento. E das várias ressurreições, duas eu gostaria de me ater em especial: de Lázaro e de Jesus.

Lázaro não só claramente morreu (João 11:14) como ficou morto e enterrado em seu sepulcro por 4 dias, indo além da crença de que só se podia ressuscitar uma pessoa até em 3 dias. O poder manifesto em Jesus neste momento foi tão impressionante que tocou todos os presentes e os que ouviram falar do ocorrido de tal forma ou decidiram coroá-lo rei ou matá-lo (João 11:45-48).

Já a ressurreição de Jesus deixa ainda mais claro o que é ressuscitar. O ressurreto em um corpo físico que pode ser tocado e alimentado (Lucas 24:39-43; João 20:27). E como ele foi ressurreto, nós também o seremos, pois em sua ressurreição nós nos tornamos merecedores da nossa (1 Coríntios 6:14, 15:23).

E isso não acaba aqui. Haverá duas ressurreições (João 5:28 e 29; Atos 24:15). Os justos ressuscitarão no retorno de Cristo (1 Coríntios 15:23; 1 Tessalonicenses 4:16; Apocalipse 20:6). Já os ímpios só reviveram depois de Satanás ficar aprisionado por mil anos, sendo este o mesmo período que os santos viverão com seus corpos imortais no Céu (Apocalipse 20:1-5; I Coríntios 15:42).

Em suma: ressuscitar é voltar a viver. E viver literalmente, respirando, com corpo físico e se alimentando. Que nossas mentes possam se desanuviar das doutrinas errôneas existentes por aí.

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