segunda-feira, 26 de abril de 2010

Como Jesus discutia (Mateus 22)

Então os fariseus foram reunir-se para tramar como apanhá-lo por alguma palavra.
Mateus 22:15
As más intenções dos líderes religiosos da época para com Jesus estão claramente expostas pelos evangelistas. Neste capítulo de Mateus, do verso 15 ao seu término, o evangelista demonstra a sabedoria de Jesus ao escapar das ciladas dos fariseus e saduceus.

Do verso 16 ao 22 é mostrado um ardil muito inteligente. Na presença de herodianos (partidários que defendiam a autoridade romana) os fariseus elogiaram Jesus e sua doutrina, caso inédito, e fingem procurar um conselho sábio de Jesus a respeito dos impostos, se deviam ou não ser pagos aos romanos. Jesus percebeu a arapuca e sabiamente apontou que cada coisa deveria ser devolvida a seu dono. A nota da Bíblia de Jerusalém (p. 1743, nota "d") vê nas palavras de Jesus uma maneira justa dos mesmos, que supervalorizavam as riquezas romanas, prestarem tributo aos mesmos, sem se esquecer de suas obrigações para com Deus. Desta forma, Jesus ficou inescusável perante os herodianos e os observadores da lei divina.

Já dos versos 23 à 33 o turno é passado aos saduceus. Estes, como só criam na lei escrita, não na tradição oral, não viam na Torá (pentateuco) qualquer alusão a respeito da ressurreição final. Para justificarem-se, usaram do mesmo argumento para desfazer os argumentos farisaícos: a lei do levirato. Diferente dos fariseus, usaram a Torá em vez da lógica e esperteza humana. Mas Jesus respondeu com uma revelação "serão como os anjos do Céu na ressurreição". Essa revelação deixa claro que não haverá mais casamentos no Céu.

Mas quanto a questão da ressurreição? Jesus responde com as próprias escrituras, mostrando que Deus é Deus de vivos, não de mortos. A exegese tirada de Êxodo 3:6 prova aos descrentes que até na Torá há alusão à ressurreição. A sua sabedoria calou os saduceus (v. 34).

Retomando o turno, os fariseus perguntaram uma pergunta que possivelmente não teria uma resposta favorável em meio a multidão. Mas Jesus, que muitas vezes respondia com outra perguntas ou até mesmo por ilustrações, respondeu sem pestanejar, citando mais uma vez as escrituras: o amor é o maior mandamento. Tanto o amor ao Pai quanto ao próximo (v. 34 à 39). Ainda conclui:
Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.
v. 40
Quando os mesmos ainda se reuniam para o próximo ataque, Jesus resolveu tomar a iniciativa perguntado sobre a filiação do Cristo. Eles sem pestanejar responderam "de Davi". Mas Jesus expõe aqui a profundidade e as sutilizas da Palavra de Deus demonstrando que o próprio Davi colocava o Messias como seu Senhor. Mateus concluí o capítulo dizendo:
E ninguém podia responder-lhe uma palavra; nem desde aquele dia ousou mais alguém interrogá-lo.
v. 46
Jesus era incrível. Ele fazia sua defesa usando a lógica humana, lendo seus corações mal intencionados, através de citações diretas da palavra de Deus e de exegeses bíblicas de profundo grau.

Penso que só com o Espírito de Cristo que podemos mostrar profundamente os ensinamentos celestiais e, claro, sem Ele jamais aprenderemos qualquer coisa relacionada com Sua Palavra.

terça-feira, 20 de abril de 2010

A Parábola do Joio

Com certeza você já deve ter ouvido alguém indicar outra pessoa ou grupo como sendo joio, não é mesmo? Mas você sabe o que era o joio ou de onde surgiu está comparação?

Vejamos o que achamos sobre essa planta na wikipédia:
Usualmente cresce nas mesmas zonas produtoras de trigo e se considera uma erva daninha desse cultivo. A semelhança entre essas duas plantas é tão grande, que em algumas regiões costuma-se denominar o joio como "falso trigo". Pode ser venenosa e uma pequena quantidade de joio colhida e processada junto ao trigo pode comprometer a qualidade do produto obtido. Portanto, vem daí a famosa expressão "é preciso separar o joio do trigo", um ditado popular.
Não sei precisar desde quando existe esse ditado, mas sabemos que Jesus o utilizou em uma parábola a fim de esclarecer um pouco mais sobre o Reino dos Céus (veja Mateus 13:24-30 e 36-43).

Ao meu ver, esta parábola demonstra o porquê dos maus não serem destruídos e só os bons viverem nesta terra. Com certeza nós já nos voltamos em algum momento para Deus para indagar sobre o porquê os bons sofrem e os maus prosperam.

Nesta parábola mostra um dos motivos para isso. Como o joio é difícil para se identificar, só quem entendesse bem das duas plantas para arrancá-lo. Isto é tão perigoso em seu estado inicial, que antes de ficarem adultas nem profissionais da lavoura podem distinguir. Por isso é necessário que ambos amadureçam. Além disso, ambas estão tão emaranhadas que ao puxar uma pode-se prejudicar ou até matar a outra.

Mas o que deve significar isso? Se nem os ceifeiros (os anjos) podem distinguir bem, muito menos as próprias plantas (nós) distinguem-se umas das outras, não é verdade? Caso Deus destruísse tão rapidamente o mal, com certeza o coração dos justos seria atingido, pois não entenderia os motivos da execução. Sem a demonstração clara dos frutos, nenhum justo poderia concordar com Deus na execução do ímpio. Infelizmente, para o bem do coração do justo, deve-se esperar até a colheita, onde cada um receberá sua recompensa.

Veja que o justo cresce e desenvolve o fruto verdadeiro e nutritivo, enquanto o ímpio dá um fruto de morte. É necessário que maldoso cresça para mostrar a todos o mal que seu coração pode fazer.

Está parábola mostra claramente como Deus é sábio. Sábio a ponto de saber o momento certo de realizar seus grandes prodígios e nos conceder uma libertação completa.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Fariseus e Saduceus

A Bíblia de Jerusalém traz uma nota sobre fariseus e uma para os saduceus, todas na página 1707, notas b e c, respectivamente (nota de Mateus 3:7). Vejamos:

Fariseus:
Seita judaica constituída por observantes zelosos da Lei, muito apegados à tradição oral dos seu doutores, o que levava a uma casuística cheia de excessos e afetação. A liberdade de Jesus no que dizia respeito à Lei e a sua convivência com os pecadores não podiam deixar de despertar entre eles a oposição de que os evangelhos, sobretudo Mateus, conservaram muitos vestígios [...]. A polêmica lançada por Mateus contra os sucessores dos fariseus influenciou muito negativamente o julgamento contra eles. Jesus teve, contudo, relações amistosas com certos fariseus (Lc 7,36+; Jo 3,1), e os discípulos encontraram neles aliados contra os saduceus (At 23,6-10). Não se pode negar o seu zelo (cf. Rm 10,2) e mesmo a sua integridade (At 5,34). O próprio Paulo se gloriava do seu passado como fariseu (At 23,6; 26,5; Fl 3,5).
Saduceus:
Estes, em contraposição aos fariseus, rejeitavam toda tradição, exceto a Lei escrita (cf. At. 23,8+). Menos piedosos do que aqueles e mais preocupados com a política, recrutavam-se principalmente dentre as grandes famílias sacerdotais (cf. 21,23). O partido dos sumos sacerdotes era composto sobretudo de saduceus; também eles entraram em choque com Jesus (Mt 16,1.6; 22,23p) e com os seus discípulos (At 4,1+; 5,17).

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Isaque

Lembro-me até hoje a inconformidade de minha professora de conceitos bíblicos ao refletir na história de Isaque. Não a culpo, pois o texto Bíblico cuida da história de Isaque de maneira muito diferente dos outros homens que compõem a tríade patriarcal (Abraão, Isaque e Jacó/Israel).

Enquanto Abraão e Jacó ocupam grande parte da suas respectivas narrativas como personagens principais [personagem é o modo que a crítica bíblica literária trata cada ser descrito no livro sagrado], Isaque parece só ocupar lugares secundários na narrativa. A única exceção é o capítulo 25 de Gênesis, o qual não tem nenhuma obra suprema (aos nossos olhos) como a vitória sobre vários reis (Gênesis 14) ou lutar contra o próprio Deus (Gênesis 32:22-32).

Mas vamos a história do patriarca, para tentarmos entender o porquê dele fazer parte da tríade. Será que seria apenas por ser o intermediário entre Abraão é Jacó?

Desde seu nascimento (Gênesis 21) Isaque é perseguido por ser o filho preterido para a bênção, por ser filho do casamento legítimo. Isso acontece muito na Bíblia. Vemos que as preferências por um causam ciúmes e perseguições de outros. Podemos citar Raquel, José, Ana, Jesus, etc.

Antes de sua fase adulta, Isaque foi entregue como sacrifício por seu pai Abraão, mas o mais impressionante é que o texto bíblico dá a entender que ele consentiu com isso:
Então falou Isaque a Abraão seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos.
Gênesis 22:7 e 8
Veja que Isaque confiou plenamente em seu pai e que Deus proveria o verdadeiro sacrifício. Ele decidiu caminhar ao lado do pai, crendo nisto.

Alguns dizem que Isaque já era jovem, provavelmente até mais forte que o velho Abraão, já com mais de 100 anos. Dizem isso baseados na maioridade atingida apenas aos vinte anos segundo as leis descritas na Torá (Números 1:3 é só um dos exemplos). Desta forma, o caso poderia ter ocorrido com Isaque podendo ter até 19 anos.

Isaque também fora submisso no casamento. Ele aceitou a esposa escolhida por Deus a ele (Gênesis 24) e a amou sinceramente.

Na morte de seu pai, uniu-se a seu irmão Ismael que o tinha perturbado tanto na infância (Gênesis 25:9). Também fora um homem de oração, conhecendo suas limitações. Ele orou por 20 anos para que Deus lhes concedesse um filho de sua esposa estéril (Gênesis 25:21, 22 e 26).

Mas a Bíblia também não escondeu suas falhas. Em Gênesis 26, vemos que, assim como seu pai, ele se acovardou pelo medo da morte, mentindo sobre a relação que tinha com Rebeca, sua esposa. Mesmo assim, Deus foi fiel e usou Abimeleque para protegê-lo (Gênesis 26:7-11).

Tentou enganar, mas agora fora enganado pelo seu próprio filho, o qual roubara a bênção que estava destinada ao seu preterido, Esaú (Gênesis 27). Mesmo sendo enganado, Isaque mostrou amor ao abençoar também Esaú, o qual de início se irou ainda mais com seu irmão Jacó, pois a bênção o punha como seu servo (v. 39-41).

Mesmo uma sendo dada através do engano e a outra causar mais ira do que servidão, Hebreus 11:20 mostra claramente que a fé de Isaque obrou na vida de seus filhos:
Pela fé Isaque abençoou Jacó e Esaú, no tocante às coisas futuras.
Pela fé, Isaque defendeu seu filho que o enganara, mandando-o para uma terra distante, tendo a certeza que as bênçãos se cumpririam nele. Pela fé, ele soube que a bênção de seu filho mais velho se tornaria real, por mais que ele demonstrasse um coração irado ao invés de um servil. E foi pela sua fé que ele pode viver para ver a reconciliação de seus filhos antes de sua morte.

Isaque morreu com 180 anos (Gênesis 35:27-29), vendo todos os netos da parte de Jacó, ou seja, vira a continuação de sua família... o futuro povo de Israel. Ele pode contemplar os resultados de sua fidelidade para com Deus e o amor para com sua família.

Por isso seu nome é citado 109 vezes no antigo testamento e 18 no novo. Quem dera todos se entregassem a Deus assim como Isaque se entregou, a ponto de confiar não só sua vida, mas a de toda sua família ao mesmo.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Dízimo

Um dos maiores problemas para evangélicos hoje em dia é a questão dos dízimos e ofertas. Todos acusam as igrejas de crescerem em cima da ingenuidade dos fiéis. Sem entrar na questão das distorções feitas ou da sinceridade das religiões cristãs de hoje, vejamos o que a Bíblia diz a respeito do tema.

A primeira citação bíblica sobre o dízimo é de Gênesis 14:20, onde encontramos o patriarca Abraão devolvendo o dízimo para Melquisedeque. A segunda está em Gênesis 28:22, agora com a promessa de Jacó em devolver o dízimo de tudo também. Isso já nos deixa claro que o sistema de dízimo é anterior ao povo de Israel e sua legislação, ou seja, não era algo de judeu.

A palavra dízimo significa por si só "décima parte" (hebraico ʿaśer), ou seja, 10%. Esse dinheiro era devolvido a Deus através de seus representantes, e não doado, pois o mesmo é dono de tudo que há na Terra (Salmo 24:1), inclusive o ouro e a prata (Ageu 2:8). Toda a obra prima do homem é vinda de Deus, pois é o mesmo que dá força e inteligência para o fazer (Deuteronômio 8:18; Êxodo 36:1). Isto tanto é verdade que os que não devolviam os dízimos e as ofertas (veremos a questão das ofertas em outra ocasião) são tidos como ladrões (Malaquias 3:8).

A quem era dado o dízimo?

Segundo o texto bíblico, não apenas o dízimo, mas tudo que era dedicado ao templo era dado aos levitas, como "pagamento" por seus serviços. Os mesmos também devolviam o dízimo do que recebiam, sendo que este dízimo dos dízimos ficaria para o sumo sacerdote (Vejam Números 18:8-32).

Mas havia um outro dízimo. Este outro dízimo, não era destinado exclusivamente aos levitas, mas também aos necessitados. Este era dado uma vez por ano e todos comiam dele, inclusive o dizimista (Deuteronômio 12; 14:22-29; 26). Este dízimo era levado a um lugar aonde a festa ocorreria, que era indicado por Deus durante dois anos, e no terceiro ano era dado na casa do dizimista. No ano sabático (o sétimo ano desse ciclo) não havia festa (Levítico 25:1-7), mas os levitas e necessitados poderiam se alimentar dos frutos, juntamente com o dizimista e sua família.

E no Novo Testamento? O dízimo é confirmado por Jesus (Mateus 23:23). Lucas 18:12 mostra que o costume na época era dar o dízimo de tudo quanto se possuía. Hebreus 7:1-10, ao citar os depojos de guerra adquiridos por Abraão confirma que o dízimo dado a Melquisedeque não incluia só alimentos, mas toda a espécie de riqueza adquirida na guerra. No texto de Gênesis ainda vemos Abraão se negar a ficar com os despojos que tinham sido roubados dos reis coligados a Sodoma para que ninguém diga "enriqueci Abraão" (Gênesis 14:21-24).

Paulo também cita a participação dos levitas nas coisas dedicadas a Deus em sua argumentação:
Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar, participam do altar?
Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.
I Coríntios 9:13-14
Espero que o dízimo esteja melhor contextualizado. Agora resta saber o que vocês farão com este conhecimento.

domingo, 4 de abril de 2010

Liberdade

Normalmente, ao falarmos em liberdade queremos nos livrar de algo que nós prende, sendo isto realmente opressor ou não.

Lembro-me de ouvir pessoas usando essa palavra para se desgarrarem dos pais, para serem libertos de sua escravidão, para serem livres da cadeia, para se sair de um casamento, para se desobrigarem das obrigações legais de seus filhos, ao saírem de um emprego, também ao se libertarem de um vício, e o pior de todos, para se livrar do próprio Deus.

Veja que a palavra pode ser usada por qualquer um, em qualquer contexto. Ela por muitas vezes me soa como um "me deixe em paz!".

Mas a liberdade absoluta (sem compromissos e deveres com nada) é impossível. Talvez só a morte o conceda.

Notemos também que o uso de liberdade e escravidão (antônimo mais próximo de seu significado) se invertem facilmente. Vejamos as reflexões causadas pelos textos bíblicos abaixo.
E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:
O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração,
A pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do Senhor.
E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.
Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.
Lucas 4:17-21
Ao aplicar a si mesmo estes versos de Isaías, Jesus se coloca como o grande libertador. Veja que ele diz em João 8:32 que a verdade nos libertaria e em 14:6 Ele afirma que Ele é a verdade.

Mas o mesmo se inverte, ao se colocar como servo (que também poderia significar escravo).
Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles.
Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal;
E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo;
Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.
Mateus 20:25-28
Jesus se coloca como servo e diz que nós deveremos sê-lo também. Essa aparente contradição, que alguns menos atentos podem jogar para a autoria, vemos mais claramente exposta por Paulo, que explicita claramente o quê é uma escravidão voluntária.

A escravidão que Paulo mais abominava era a causada pelo pecado (Romanos 6:15-23; 7:14), mas tinha uma que ele escolheu para si:
Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais.[...]
Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.
I Coríntios 9:19 e 27
Desta forma, vemos claramente que a verdadeira liberdade é escolher a quem se serve, pois o ato voluntário tira o peso dos ombros. Da mesma forma, escravidão é não querer mais servir e se ver preso a isso... sem forças para se sair.
Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor.
Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
Gálatas 5:13 e 14

Como Jesus foi crucificado?

A reportagem completa você vê aqui, na página da Isto é.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Incenso

Também fez o azeite santo da unção, e o incenso aromático, puro, qual obra do perfumista.
Êxodo 37:29
No tabernáculo israelita havia vários objetos ritualisticos. Entre eles havia o altar de holocausto, a pia para purificação dos sacerdotes, a mesa com os pães, o candelabro (que hoje é um dos simbolos do judaísmo) e a arca da aliança. Além desses havia o altar do incenso, localizado no lugar santo do tabernáculo.

Como o sangue fazia parte do processo de remissão do pecado, não é de estranhar que o lugar ficasse com um cheiro desagradável aos sacerdotes, e principalmente a Deus. Afinal, Deus não se agrada do sangue de animais (Hebreus 10:6-8). Então, para que o sangue derramado fosse agradável a Deus era necessário o incenso para perfumar o ambiente.

Mas, como hoje sabemos, todo o sistema de sacríficios e oferendas eram um tipo (símbolo) do antítipo (realidade) que se realizou em nosso Senhor Jesus Cristo. Pensando nisso, vejamos o trecho abaixo:
Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar[...]
Isaías 53:10
Um sacrifício em si não é agradável, nem deve ser, pois ele só foi necessário pelo pecado de um outro ser. Ele é necessário, mas de forma alguma é agradável. Veja que ele ser feito mecanicamente também não funciona:
[...] e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
I Coríntios 13:3
Vejam que é o amor, sim, o amor que torna o sacríficio agradável a Deus. O incenso que permitia deixar um cheiro agradável em meio a tanto sangue era símbolo do amor demonstrado em Jesus. E se alguém ainda tiver dúvida que é o amor que tornou o sacrificio do filho imaculado de Deus aceitável, vejamos uma declaração do mesmo:
Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.
João 15:13
Mas Jesus foi muito além desse amor. Ele morreu quando nós ainda eramos seus inimigos. E o Pai ainda demonstrou maior amor, pois permitiu que seu Filho amado morresse por nós. Maior amor, pois entregar seu filho é maior do que se entregar a si mesmo, não é verdade?
Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.
Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.
Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
Romanos 5:6-8
Ele nos amou antes de sermos seus amigos. Ele se deu por nós antes mesmo de o aceitarmos. Seu amor é o mais sublime que poderíamos contar. Não há outro igual.

Mas a significação do incenso não para por aí. O novo testamento trás ainda mais luz para entendermos como o sacrifício de Jesus poderia agradar o Pai. Vejamos mais um texto:
E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos.
Apocalipse 5:8
As orações dos santos (santos=separados). O incenso, ou seja, o que torna o sangue de Cristo agradável não é apenas o amor, mas os corações que este amor angariou para si.

É óbvio que Deus jamais se agradaria da morte do seu Santo se o mesmo não fosse útil para salvar. Não poderia ser agradável se não fosse útil. Mas foi. As orações dos santos (os que aceitam o sangue de Jesus para serem separados para com Deus) pedindo perdão, intercedendo, mostrando sua dependência de Deus completam os dois grandes motivos para que a morte vicária de Cristo se tornasse aceitável para com nosso Deus.

Amor e as conversões realizadas por esse amor. Isso que traz alegria em um ato tão bizarro como é a morte de um inocente.