terça-feira, 24 de agosto de 2010

[Dn 9] A profecia (parte 6)

E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.
E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.
Daniel 9:26 e 27
Você deve estar estranhado está diferenciação de cores dadas no texto acima. Fiz isso para que você pudesse ver mais claramente o paralelismo literário desta profecia. Veja que enquanto a palavra "semana" liga informações sobre o messias, as palavras "assolar" (destruir), e "determinar" ligam este príncipe com suas obras e sua merecida retribuição.

O porquê disto? Alguns estudiosos vêem nesta passagem um bloco único, começando do "povo do princípe" até o fim do capítulo. Mas nos textos bíblicos é comum este paralelismo apresentado acima. Continue o estudo e tire suas próprias conclusões.

Como vemos, a parte em vermelho representa o sacríficio do Messias na semana (7 anos) que lhe foram dadas junto ao povo de Daniel. Seria cordado como os antigos sacrifícios eram. A informação seguinte é que na metade dessa semana ele cessaria todos os sacríficos e oblações. Veja que segundo Hebreus 9:12 e principalmente em 10:8-18, que coloquei a seguir, vemos a confirmação que Cristo fora quem realmente cessou a necessidade de tais sacríficos:
Como acima diz: Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram (os quais se oferecem segundo a lei).
Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo.
Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez.
E assim todo o sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar os pecados;
Mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de Deus,
Daqui em diante esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés.
Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados.
E também o Espírito Santo no-lo testifica, porque depois de haver dito:
Esta é a aliança que farei com eles Depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, E as escreverei em seus entendimentos; acrescenta:
E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniqüidades.
Ora, onde há remissão destes, não há mais oblação pelo pecado.
Ou seja, Cristo, com seu sacrifício, destruiu o antigo sistema, estabelecendo um novo e não mais significativo, mas sim real.

Mas o texto também nos dá a data da crucifixão de Cristo, ou seja, sua morte. Na metade da semana. Se a última semana vai do ano 27 d.C. até o ano 34 d.C., a morte de Jesus tinha que se dar entre os anos de 30 e 31 d.C., não? Isto mesmo, e é está data, mais especificamente na páscoa do ano 30, que Jesus veio a ser crucificado segundo os maiores estudiosos.

Incrível, não? Todas as datas batem incrivelmente.

Continuando com a análise do final deste capítulo, vemos que o povo do príncipe que destruiria a cidade de Daniel ainda viria. Neste ponto, muitos estudiosos vêem Antíoco Epífanes como o príncipe referido, por causa de suas intervenções em Jerusalém no segundo século a.C.. Mas tenho que discordar por causa das próprias declarações de Jesus em Mateus 24:15:
Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda;
Aqui vemos claramente que segundo o Mestre, está profecia não teria se cumprido.

Veja que esta profecia de Daniel trata da destruição do templo, sua reconstrução em tempos angustiosos e uma nova destruição. No ano 70 d.C., o comandante romano Tito destruiu Jerusalém, confirmando o aviso dado por Jesus e a recebida por Daniel a séculos atrás.

Outra coisa que se pode deduzir é que Roma é o assolador que duraria até o fim. Seria está a única parte da profecia não se cumprira ou errei em alguma parte da interpretação?