quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A História e os Vencedores

Na acadêmia de História costuma-se ensinar a máxima que "a História é escrita pelos vencedores".

Ao meu ver, ao menos um livro [segundo meus estudos] que contradiz por inteiro essa frase.

Na Bíblia não é descrito a história de vencedores, ao menos, não em sua maior parte. Nela os párias têm vez.

O povo de Deus não foi escolhido por suas qualidades como povo (Dt 7:7 e 8), mas por ser alvo do amor de Deus.

Na genealogia do salvador do mundo, há assassinos, prostitutas, estrangeiros e os discipulos desse salvador são homens simples como pescadores e reprováveis como protitutas, cobradores de impostos [publicanos] e ladrões.

Há Bíblia ainda descreve não uma história de um povo que sempre esteve no auge, ou que foi soberano, como os impérios babilônico, persa, grego ou romano, mas de um povo que em grande parte do tempo foi escravo.

Nela não é contado a história de um povo vencedor [na concepção histórica do termo], mas de um povo sobrevivente.

Nela, o cuidado com o pobre, a viúva, os estrangeiros e escravos é revolucionário. As injustiças dos dominantes são apontados. A ideologia reinante é discutida. A misericórdia com os erros e pecados e a esperança são enfatizadas.

Que livro incrível. Não só para os que tem fé, mas a todo aquele que vê injustiça no mundo, que luta por igualdade social, que admira os revolucionários pacifistas...

Mesmo o ateu pode admirar sua beleza poética e seu fundo histórico [apesar de não ser considerado um livro histórico].

Em suma, é um livro que vale a pena se gastar tempo.

"There are no strangers, there are no outcast, there are no orphans of god". Música Orphans of God.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

A Bíblia é o Alvo

As Santas Escrituras sempre foram a bússola para indicar a vontade de Deus para judeus e cristãos, além de ser respeitada por muitos outros povos e religiões. Mas nem sempre os olhos são voltados para a esse livro com boas intenções.

Um grupo que sempre tentou acabar com a autoridade exercida pela Palavra de Deus foi o dos ateus militantes do ocidente, e é nos últimos ataques deles a Bíblia que gostaria de meditar um pouco. Qual será a verdadeira intenção desses ataques?

Um dos ataques mais frequentemente usados contra o Deus bíblico é o de sua desumanidade. Eles usam conceitos humanistas para desmerecer o tal Deus de amor mencionado na Bíblia. Só que essas acusações não ponderam a respeito da possibilidade de Deus existir, pois se ponderassem obviamente concluiriam que não seriam todos os humanos que concordariam com as ações de Deus, principalmente quando suas ações punem seus erros. Outro fator que demonstra a má-fé dos acusadores é o "copy and past" de ideais humanistas no mundo antigo hebreu. Não há nem um mínimo de esforço para se compreender o momento histórico que se vivia e o contexto real de cada história.

Outras abominações são as interpretações dos textos bíblicos. Outro dia vi num blog ateu zombar de Gênesis 1:30, dizendo que Deus tinha dado dinossauros para servirem de alimento para o homem, sendo que o verso diz sobre o que os animais devem comer e não que eles serviram de alimento ao homem (erro de interpretação que qualquer aluno ginasial mais atento jamais cometeria). Outros usam o salmo 137:9 ["Feliz aquele que pegar em teus filhos e der com eles nas pedras."] para dizer sobre as barbaridades que a Bíblia ensina. Não conseguem sentir como uma promessa de justiça quando Deus vier ao socorro de seu povo, e que seria menos sofrível para os filhos de seus inimigos se morressem de maneira violenta. Depois são os fundamentalistas que são cabeça duras. Nos dois casos são simples casos de interpretação de texto ou simples má-fé.

Também é uma grande incongruência o estudo da Bíblia por ateus, a não ser por motivos acadêmicos ou para procurar sabedoria humana. O outro motivo é a utilização para atacá-la, mas atacá-la não para destruir a Deus, mas sim para magoar o crente. Como eles não crêem em um Deus, seus motivos são meramente cruéis. Até seu humanismo fica enfraquecido com essa atitude.

Perdão! Ainda restam dois motivos para os ateus estudarem a Bíblia: proselitismo em favor do ateísmo por meio da ridicularização da crença inimiga; e uma sincera tentativa de se crer.

Gostaria de deixar claro que há ateus e ateus. Não quero criar rótulos. Só gostaria de deixar claro que a Bíblia tem sido alvo de ataques de ateus e outros descrentes com o objetivo claro de envergonhar o cristão de utilizá-la como regra de fé.

Estudemos diariamente a mesma para que quando loucos vierem utilizá-la erroneamente, assim como Satanás na tentação, nós possamos mostrar seus verdadeiros ensinos, como Cristo o fez.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Não matarás?



Dessa vez, infelizmente, tenho que discordar do nosso tão ilustre Leandro Quadros. Explicarei o porquê:

A tradução do sexto mandamento (Êxodo 20:13) é normalmente traduzido por não matarás, que seria incoerente segundo as próprias histórias do antigo testamento.

Se o fora assim, Deus se contradiria ao pedir sacríficios de animais ou até o extermínio de outros povos. Ontem mesmo vi um vídeo (veja aqui) que aplicava as letras garrafais de "NÃO MATARÁS" ao abate de animais para a alimentação.

Na verdade, a palavra utlizada no mandamento não é a mesma da usada para o "matar" mais genérico. Muitos acadêmicos acreditam que a melhor tradução é o "não assassinarás". Abaixo está um trecho de minha iniciação científica a respeito a esse assunto:
Segundo Craigie*, a três tipos de morte que o homem causa propositalmente a outro. A pena capital, quando a execução é praticada por causa de uma jurisdição; o assassinato e, por fim, a morte em batalha.
O verbo para assassinar (ou matar) em Ex 20:13 e Dt 5:17 é raṣaḥ, o qual só é empregado para quando um hebreu mata outro hebreu, diferindo de harag e qatal que são usados neste e em diversos outros contextos. É assim que Craigie conclui que a ordem de “não matar” era de um hebreu para outro e não em qualquer outro caso, como na guerra ou pela legislação estatal.**
Claro que eu não concordo em absoluto com Craigie, pois não creio que a lei tenha sido dada apenas para os hebreus, mas mesmo assim ele esclarece o porquê o "não matar" não é contraditório para o israelita, nem em nenhuma sociedade.

Se uma instituição, como o Estado, o Exército, o goʼel (veja aqui), ou um poder absoluto, como Deus, autoriza a morte, esse não caia na transgressão dessa lei. A vingança pessoal era totalmente proibida, deste modo, quebrando o mandamento.

O goʼel (vingador de sangue) era uma instituição tão estabelecida na antiguidade que o próprio Deus criou cidades de refúgio para defender o assassinato não premeditado, devendo o assassino aguardar na cidade até o julgamento do caso.

Finalizando, acredito que o que a Bíblia proibe seja o assassinato premeditado e não a auto-defesa, a ação de alguma instituição social ou morte de animais.

"Certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas; da mão de todo o animal o requererei; como também da mão do homem, e da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem". Gênesis 9:5

Obs.: Não permitamos que o esclarecimento desse mandamento dê margem a violência. Fiquemos, por fim, ao pedido de Davi, homem de guerra:

"Livra-me, ó SENHOR, do homem mau; guarda-me do homem violento"
. Salmo 140:1.



* CRAIGIE, Peter C. The Problem of War in the Old Testament. Eugene, OR: Wipf and and Stock Publishers, 2002.
** SILVA, João B. A. da. Guerra Santa:
Análise do Divino e do Humano na Busca da Idéia Bíblica da Guerra. (trabalho de iniciação científica pela Universidade de São Paulo). São Paulo, 2008.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A necessidade de fortalecer a vontade

"...o pensamento não explica a ação, o pensamento é parte da ação, mas não é toda a ação; A idéia de que apenas pensamos quando agimos é uma característica do racionalismo ocidental, do cientificismo e do positivismo científico. Mas o pensamento não se reduz à ação. Os professores, por mais que pareça estranho, são pessoas que sentem e querem... não só pensam. Esta é uma verdade muito elementar que tem uma profunda tradição filosófica ocidental. Recordamos que, na Odisséia de Homero, Ulisses quis ser atado à vela de seu barco para não sucumbir ao canto das sereias, apesar de ele saber que não devia fazer caso de que as sereias cantassem. O apóstolo São Paulo, na epístola aos romanos [capítulo 7:15 em diante], dizia: "sei o que devo fazer, faço o mal, conheço o mal e o faço". A Filosofia da Ação e a Psicologia Profunda têm mostrado, ao longo do século XX, que fazemos coisas que não queremos, como fazemos coisas sem saber por que as fazemos. Foi Hannah Arendt, entre outros autores, que sintetizou essa idéia de que a vontade é a grande faculdade esquecida da filosofia ocidental, vítima do racionalismo estreito, parcial. Isso quer dizer que devemos dar bastante importância aos motivos de ação do professorado, pois temos educado a mente, mas não o desejo, não educamos a vontade. Damos conhecimentos, mas não educamos os motivos. Para educar é preciso que se tenha um motivo, um projeto, uma ideologia. Isso não é ciência, isso é vontade, é querer fazer, querer transformar. E querer transformar implica ser modelado por um projeto ideológico, por um projeto de emancipação social, pessoal etc. Os motivos, as motivações do professorado têm sido um capítulo ausente da formação de professores e da investigação de professores."
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*SACRISTAN, José Girmeno. Tendências investigativas na formação de professores. IN: PIMENTA, Selma G. Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez, 2002, p.85 e 86.

“A religião pura tem que ver com a vontade. A vontade é o poder que governa a natureza do homem, pondo todas as outras faculdades sob sua direção. A vontade não é o gosto nem a inclinação, mas o poder que decide, o qual opera nos filhos dos homens para obediência a Deus, ou para a desobediência”.**
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**WHITE, Ellen G. Mensagem aos Jovens. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1996, p. 151.

Ciência e pensamento

"... farei uma afirmação forte: ainda que o pensamento não seja ciência, pode-se pensar através da ciência, ela pode servir para pensar. A ciência pode ajudar o pensamento dos professores, mas transmitir-lhe a ciência não equivale a que pensem de maneira diferente. O grande fracasso na formação de professores está em que a ciência que lhes damos não lhes serve para pensar. Isto diz respeito ao 2º nível de reflexibilidade, que ocorre quando a reflexão de alguém muito culto, o cientista, ajuda a reflexão de alguém que realiza um trabalho com menor grau de exigência."*

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*SACRISTAN, José Girmeno. Tendências investigativas na formação de professores. IN: PIMENTA, Selma G. Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez, 2002, p.85.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Cobra com patas?


Sim, elas existiram. Por mais que você já tenha que ter aguentado pessoas te ridicularizando por isso [como você pode ver aqui], seus fósseis foram encontrados e, pode acreditar, uma viva (quase) foi encontrada na China. Veja as reportagens abaixo:

O mistério da cobra com patas

Estudos de uma cobra com patas traseiras.

Uma serpente dotada de duas pequenas pernas traseiras deve ser, certamente, um bicho muito primitivo. Foi esse o raciocínio dos paleontólogos quando toparam, há três anos em Israel, com o fóssil da Haasiophis terrasanctus. Esse estranho ofídio deslocou-se pelos mares há 95 milhões de anos. Apesar da idade, não era tão primitivo assim, contesta o zoólogo brasileiro Hussan Zaher, da Universidade de São Paulo. Após examinar o fóssil mais detalhadamente, Zaher concluiu que ele possui diversas características das cobras atuais mais evoluídas, como as jibóias e as sucuris. Assim como a terrasanctus, elas têm os ossos do crânio articulados para dar à boca uma enorme abertura. Por isso é que podem comer bichos até maiores que elas. Saber em que nível da escala evolutiva se situa essa exótica espécie intermediária continua um enigma.
Superinterressante
Agora veja as notícias mais atuais:

Chinesa leva susto ao encontrar cobra com uma perna dentro de seu quarto
Bicho estranho foi levado para cientistas em universidade chinesa.Animal tem 'braço' completo, com quatro dedos. Duan Qiongxiu, 66 anos, entregou o animal para cientistas, que se surpreenderam com o fato do animal ter aparentemente desenvolvido uma pata completa, com quatro dedos. "Eu acordei e ouvi um barulho estranho. Quando acendi a luz, vi o bicho rastejando na parede", conta Duan. Ela pegou um sapato e matou o animal, mas guardou o corpo em um pote com álcool. A cobra bizarra será estudada pelo departamento de ciências biológicas da Universidade de Nanchong.
G1
Você encontra em Folha online, um arquivo sobre o mesmo assunto mais antigo.

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Veja também: Cobra alada [pelo jeito Deus deu asas para a cobra] e A serpente alada de Heródoto

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

"O vencedor"

Acabei de ler isso:

"O vencedor não é aquele que não se cansa; mas todo aquele que mesmo cansado permanece lutando".

Meditação do Pôr-do-Sol. Tatuí, Casa Publicadora Brasileira, 2009, p. 42.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Como manter a Fé?


Milhares de pessoas fazem esta mesma pergunta. Milhares de respostas são dadas. Receitas são formuladas. Sacrifícios são feitos. Muitos se preocupam. Mas será que esses são os caminhos?

Manter-se junto de Deus é uma vontade antiga, mas difícil de ser cumprida por causa de nossa natureza dúbia. Claro que muitos tentam fechar os olhos para os males do mundo, e outros se enclausuram ou literalmente ou dentro de si mesmos.

Mas essas "técnicas" são extremamente perigosas, segundo a autora Cristã Ellen G. White. Vejamos os textos abaixo:
Quando os homens se retiram da vida social, param de cumprir os seus deveres cristãos e levar sua cruz; quando deixam de trabalhar com zelo pelo Mestre, que com tanto amor por eles trabalhou, perdem o objetivo essencial da oração, não sendo mais estimulados às devoções. Suas preces se tornam pessoais e egoístas. Não podem orar a respeito das necessidades humanas, ou da edificação do reino de Cristo, rogando forças para o trabalho.
Caminho a Cristo, p. 101.
Ter problemas faz parte da vida Cristã. São os problemas que nos aproximam de nosso mestre. São eles que nos fazem sentir necessidade de sua proteção e de seu poder.

Nós somos seres sociais e, como cristãos, devemos viver socialmente. Todos sofrem e tem dificuldades e é através dessas dificuldades que Deus demonstra seu poder. Isso também faz com que nossa confiança nele aumente, não apenas nos deixando com a mesma fé, mas sim aumentando-a.

Viva, mas viva mesmo, a fé em nosso Deus.
Amém.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

A diferença de Davi e Saul

Erros e falhas são normais na vida de qualquer ser humano, mas sua atitude em relação aos deslizes cometidos na vida demonstram, e muito, o estado real do nosso coração.

Davi e Saul tiveram muitas semelhanças no início de seu reinado, mas só Davi era considerado o "homem segundo o coração de Deus". Hoje não quero entrar no detalhe do epíteto que citei, mas sim na atitude diferenciada de Saul e Davi tiveram quando Deus mostrou o pecado de cada um.

Saul, primeiro rei de Israel ungido por Deus, após desobedecer o anátema [qualquer dia vocês me cobram a explicação do anátema também] foi repreendido por Samuel e respondeu:

Pequei e transgredi a ordem de Iahweh e os teus mandamentos, porque temi o povo e lhe obedeci.
I Samuel 15:24 (Bíblia de Jerusalém)

Já Davi, depois de todas as mentiras e assassinatos que tivera que engendrar para esconder seu adultério, teve a seguinte reação diante de Deus:

Pequei contra Iahweh.
II Samuel 12:13
Pequei contra Ti, contra Ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos...
Salmos 51:4.

Qual é a diferença? Exatamente. Davi não deu desculpas pelo que tinha feito. Não deu explicações, tentando se justificar. Desde de que o pecado entrou no mundo (Gênesis 3) o homem procura desculpas/explicações para o seu pecado.

Deus compreende melhor os motivos de nosso pecado do que qualquer outro ser existente. Não há porque tentarmos dissuadir a Deus por meio de desculpas. Devemos sim, apelar para sua misericórdia.

Mas, ter a hombridade de assumir seus erros, sem tentar desculpá-los, principalmente diante de Deus, é extremamente raro na humanidade.

Agora a melhor atitude que devemos ter na presença de Deus é:

Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável.
Salmos 51:10

sábado, 5 de setembro de 2009

Quase

Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos.
Jeremias 8:20
Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que incomoda, que entristece, que mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono, sob o espectro do quase.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna, ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença daquele "bom dia", quase sussurado. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance; para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória, é desperdiçãr a oportunidade de merecer.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz de si.
Para os erros há perdão; para os fracassos, chance; para os amores impossíveis, tempo.
Não deixe que a saudade sufoque; que a rotina acomode; que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite no que deus pode fazer por você, com você e em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
"Alguns há, que parecem sempre buscar a pérola celestial. Não renunciam completamente, porém, a seus maus hábitos. Não morrem para o próprio eu para que Cristo viva neles. Por este motivo, não acham a pérola valiosa. Não venceram sua ambição profanae e seu amor às atrações do mundo. Não tomam a cruz e não seguem a Cristo no caminho da abnegação e sacrifício. Quase cristãos, mas não plenamente, parecem estar perto do reino do Céu, mas não podem ali entrar. Quase, mas não completamente salvos, significa estar não quase, porém completamente perdidos". PJ, p. 118.
Discuta em família: Se Jesus viesse hoje você estaria salvo ou "quase" salvo?

Retirado de: Meditações do Pôr-do-Sol. União Central Brasileira da Igreja Adventista do Sétimo Dia.Tatuí, CASA Publicadora Brasileira, 2009.

Como essa meditação me tocou muito, queria compartilha-lá com vocês.
Que Deus sempre nos ilumine.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O Vingador de Sangue

O vingador de sangue era uma instituição árabe comum na antiguidade. Em Israel houve uma instituição similar chamada goʼel.
O goʼel é um redentor, um defensor, um protetor dos interesses do indivíduo e do grupo. Ele intervém em certo número de casos.*


O goʼel é sempre o parente de sexo masculino mais próximo da vítima. Ele não tem o direito, como poderíamos vir a pensar, mas sim a obrigação de vingar o sangue que foi injustamente derramado, não entrando, de forma alguma, em assassinato (como vemos aqui). Também lhe era priorizado o resgate de parentes escravizados e a compra de terrenos de alguém do mesmo clã (tribo).

Como ficou claro, o goʼel é uma instituição antiga que tentava lutar contra algumas injustiças e desigualdades sociais, garantindo uma igualdade entre as tribos e uma chance de vingança e resgate.

Infelizmente, o Estado, que fora feito com as mesmas intenções, não supri nem regulariza isso há um bom tempo. Mas essas injustiças não são tão recentemente deixadas de lado pelos governos ou responsáveis legais. Mesmo nas instituições antigas elas deixavam de ser exercidas, causando sua falência.

Por isso mesmo que Jó 19:25 diz:
Porque eu sei que o meu Redentor [goʼel] vive, e que por fim se levantará sobre a terra.
Deus foi, é e sempre será nosso maior protetor. As injustiças deste mundo não ficaram sem vingança. Os escravizados serão libertos e a Terra, que está arrendada, voltará para seu possuidor.
Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Rm 12:19
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* VAUX, R, de. Instituições de Israel no Antigo Testamento. p. 43.

falsa ciência

“Tenho pena e, às vezes, medo, do cientista demasiado seguro da segurança, senhor da verdade e que não suspeita sequer da historicidade do próprio saber”.
Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. p. 63.

“Nas condições atuais, a ideologia é reforçada de uma forma que seria impossível ainda há um quarto de século, já que, primeiro as idéias e sobretudo, as ideologias se transformam em situações, enquanto as situações se tornam em si mesmas “idéias”, “idéias do que fazer”, “ideologias” e impregnam, de volta, a ciência (que santifica as ideologias e legitima as ações), uma ciência cada vez mais redutora e reduzida, mais distante da busca da “verdade”[...]

“O totalitarismo não é, porém, limitado à esfera do trabalho, escorrendo para a esfera política e das relações interpessoais e invadindo o próprio mundo da pesquisa e do ensino universitários, mediante um cerco à idéias cada vez menos dissimulado”.
Santos, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. P. 53 e 54.

Não é estranho vermos em noticiários e jornais textos que apresentam resoluções científicas contraditórias, que defendem o que já fora indefensável, e tornam saudáveis alimentos que por muito tempo são tidos como vilões. Mas, será que devemos sempre acreditar quando alguém diz um “cientificamente comprovado”?

Eis que a mídia utiliza, e muito, está frase assim como os evangélicos utilizam o “está escrito”. Desde o século XIX que a ciência tenta usurpar o lugar de Deus na sociedade moderna, incluindo sua autoridade em definir o mundo.

Os textos acima são só exemplos de algumas vozes que sabem dessa realidade (a de que a ciência não é absoluta em seus postulados) e de que vozes devem surgir para apresentar todas as falas desse instrumento utilizado pelo homem.

Devemos nos lembrar de que se existe uma falsa ciência, há uma verdadeira, pura, e que por essência, roubando a fala do Linguista José Luis Fiorini, não tenta de forma alguma ser dogmática.