terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Menos coitadismo e mais enfrentamento mediante as dificuldades

"Nesses anos todos de pesquisa psicológica, percebi que nada cultiva mais uma doença do que ter uma postura "coitadista" diante dela, colocar-se como pobre miserável diante da vida. Por outro lado, nada destrói mais uma doença e esfacela seus mecanismos inconscientes do que enfrentá-la com coragem e inteligência.

"Vi homens se levantarem do caos e conquistarem uma nova vida. Vi pessoas que tinham mais de vinte anos de dependência de drogas que,por diversas vezes, quase morreram por overdoses e que se sentiam impotentes diante do cárcere da dependência, mas, por fim, a venceram. Vi pessoas com mais de trinta anos de depressão grave, que passaram nas mãos de muitos psiquiatras, tomaram quase todo arsenal medicamentoso disponível, tinham perdido completamente a esperança de vida e, por fim, resgataram o prazer de viver. Vi pacientes portadores de graves síndromes do pânico, que tiveram fobia social como sequela, que deixaram de conviver socialmente. Vi pessoas que tinham transtornos obsessivos por décadas e sofriam como os mais miseráveis dos homens em razão de sua ideias fixas de conteúdo negativo, todavia aprenderam a gerenciar seus pensamentos e voltaram a ter encanto pela vida.

"Enfim, vi pacientes considerados irrecuperáveis, desanimados por tantos tratamentos fracassados, conseguindo resgatar a liderança do eu nos focos de tensão, enfrentando com ousadia não apenas a sua doença, mas seu próprio desânimo. Tais homens deixaram de ser espectadores passivos e tornaram-se agentes modificadores de sua miséria".
CURY, Augusto. Superando o cárcere da emoção. São Paulo: Editora Acadêmia de Inteligência, 2007, p. 43.

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