terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Misericórdia sem limites?

"As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade". Lamentações 3:22 e 23

Se chegarmos a pensar que o texto acima põe fim à discussão... bem, não põe?

Claro que para a teologia bíblica demonstra que os méritos da salvação pertencem somente a Deus, sendo assim, seus protegidos alvos de sua misericórdia eterna. Neste tipo de pensamento que o texto se encaixa.

Agora, a interpretação na qual o texto não se encaixa, numa exegese canônica, é a de que suas misericórdias não permitem a execussão de sua justiça.

Mesmo todos sendo alvo desta misericórdia, a justiça divina não permite que o mal dure para sempre (Apocalipse 21:8), tendo, deste modo, um limite o qual não pode mais retardar sua retribuição. Vejamos os textos:
"Então disse a Abrão: Sabes, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos, Mas também eu julgarei a nação, à qual ela tem de servir, e depois sairá com grande riqueza. E tu irás a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado. E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia". Gênesis 15:13-16
Segundo esse texto, Abrão só não tomou posse da terra por que o limite de injustiças que o amorreus estavam cometendo ainda não tinha se completado. Tem outro texto que ainda completa este tipo de pensamento:
"Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Damasco, e por quatro, não retirarei o castigo". Amós 1:3 (ARC)
"Assim falou Iahweh: Por três crimes de Damasco, e por quatro, não o [referindo-se ao castigo] revogarei". Idem (Bíblia de Jerusalém)
"Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Damasco e ainda mais por quatro, não anularei o castigo". Idem (NVI)
O número sete é um número que significa a completude na antiguidade do oriente médio (veja também Provérbios 6:16-19). Os textos acima, juntamente com o original, trazem a conjunção "e" e "waw" respectivamente, que podem ser interpretadas como aditivas. Interpretando dessa forma, vemos que há um limite ao qual Deus não pode mais retardar seu castigo. Seria a medida da iniquidade cheia.

Deus é muito paciente, tanto que muitos chegam a reclamar de tanta "impunidade" por parte dEle. Outros chegam até a caçoar do atraso de sua volta (II Pedro 3:4). Mas, segundo as Escrituras:
"O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se". II Pedro 3:9

Nenhum comentário:

Postar um comentário