sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Parábolas

Segundo o Priberam, parábola é: " Narração alegórica que envolve algum preceito de moral, alguma verdade importante".

Já o Dicionário Bíblico de John D. Davis acrescenta que a mesma pode conter um ensinamento religioso (veja p. 443, é um bom estudo).

Mas... por que trazer este assunto? Para ficar claro que parábola não pode ser vista como um todo sobre a verdade bíblica. Não poderíamos pegar uma única parábola e por ela descrever por inteiro as verdades espirituais.

Vamos a um simples exemplo para mostrar como Jesus conhecia essa limitação que as parábolas tem e como ele a superou.

O texto é o de Lucas 15, que traz, provavelmente, a mais conhecidas parábolas que Jesus já contou.

Lucas 15 começa com a parábola da ovelha perdida pelo pastor que não titubeou para largar as noventa e nove para trazer de volta uma única. Depois vêm a da dracma perdida por uma mulher que procurou por toda a casa incansavelmente até achar a moeda que valia tão pouco para o comércio, mas que recebeu tanta dedicação vinda de sua dona.

Por fim, talvez a mais conhecida e repetida das parábolas: a do filho pródigo.

Se formos levar cada uma das parábolas em sua literalidade a sério com certeza não demonstraríamos o verdadeiro espírito que Jesus queria passar nessa sequência de parábolas.

Vejam: Deus não é de abandonar seus filhos para buscar a outros (Gn 28:15; Is 49:15) ; muito menos desleixado o suficiente para perder um de nós (Hb 2:13); muito menos passivo para esperar o filho se arrepender sem constante apelo Seu (Jr 31:3; Fp 2:13; At 7:51).

Agora vejam como elas juntas se completam. Na primeira, Jesus nos ensina que mesmo por uma única ovelha Deus estaria disposto a vir atrás, pois seu valor é único e inestimável para ele, mesmo sendo um ser sem valor a vista das outras pessoas (parábola da dracma) e que há festa para aquele que se salvou, pois o mesmo estava longe da graça do Pai, contrastando do irmão que já vinha recebendo as bênçãos da presença do pai.

Espero que tenha ficado claro o porquê não devemos levar a parábola de modo literal, pervertendo, assim, os ensinos maravilhosos de nosso Senhor.

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