quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A morte de crianças

Vai, pois, agora e fere a Amaleque; e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos.
I Samuel 15:3
 A morte de crianças sempre comove o coração humano. A própria Bíblia deixa claro isto ao mostrar que as crianças israelitas masculinas eram lançadas no rio para que sua população não crescesse mais (Êxodo 1:22). Ninguém se esquece do assassinato das crianças no nascimento de Jesus, ordenado por Herodes, para que o recém-nascido rei dos judeus fosse eliminado ainda bebê (Mateus 2:16).

Quantas mães não ficam com o coração apertado quando ouvem a declaração de Salomão "Dividi em duas partes o menino vivo; e dai metade a uma, e metade a outra"? Com certeza muitas. Quantos pais não ficam revoltados com a tolice de Jefté (Juízes 11:30-31 e 34-35) ao oferecer um sacrifício que Deus não exigia, sendo obrigado por sua consciência a sacrificar a própria filha? Quantas pessoas ainda não compreendem como Abraão pode entregar seu filho ao sacrifício (veja mais em Isaque)?

Apesar desses textos serem dolorosos e usados por muitos descrentes para desmerecerem a Palavra de Deus, todos são bem explicados ao se contextualizá-los.

Casos mais difíceis de se explicar são os extermínios divinos, aonde tanto adultos como crianças eram exterminados. Casos clássicos sobre isso são o do dilúvio e a destruição de Sodoma e Gomorra. Mas por que crianças inocentes eram destruídas juntamente com seus pais ímpios?

A Bíblia declara claramente que o justo não cairá na mesma condenação que o ímpio (Gênesis 18:23-33; Êxodo 23:7; Deuteronômio 24:16), todos morreram pelo seu próprio pecado. Mas teria uma criança de colo algum pecado? Infelizmente sim. Salmos 51:5, Davi declara que "Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe". Também vemos em Romanos 3:10 e 11 que "não há um justo, nem um sequer".

Nós nascemos pecadores. Nascer não nos torna dignos da eternidade. Mas Deus é conhecido como Deus da misericórdia, então, por que Ele não agiu misericordiosamente com essas crianças? A misericórdia é aplicada referente ao arrependimento. Mas que arrependimento uma criança pode ter? Claro que ela não tem a mesma noção de arrependimento que os adultos, mas ela pode aprender e aceitar o amor de Deus através do amor dos pais e desde o ventre.

Isto mesmo, o amor dos pais já ensina as crianças desde pequenas sobre o amor de Deus para conosco. Infelizmente, quando não há quem pregue este amor, ou seja, os pais só ensinam o mal, não há como a criança aprender sobre o amor de Deus, que é o maior mandamento que temos a obdecer:
Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?
Romanos 10:14
Desta forma, o destino dos filhos está vinculado com o dos pais assim como o da Terra estava vinculado com o do homem. É um vínculo genético e de ensinamento. Se os dois falharem, claramente a salvação estará longe da criança.

Para que Deus enviasse um castigo tão grande que tivesse que destruir o mundo, cidades e nações inteiras, incluindo crianças de colo e ainda em gestação, era porque a iniquidade no local atingira tais níveis que não haveria salvação nem para essas crianças.
E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.
Gênesis 6:5
A verdade é que este julgamento só pertence a Deus, e eu creio em sua justiça. Tais aplicações só pertencem a Ele, o qual sabe o fim desde o início. Repito, só a Ele. Veja o texto abaixo:
Tu, pois, levanta-te, e vai para tua casa; entrando os teus pés na cidade, o menino morrerá.
E todo o Israel o pranteará, e o sepultará; porque de Jeroboão só este entrará em sepultura, porquanto se achou nele coisa boa para com o SENHOR Deus de Israel em casa de Jeroboão.

I Reis 14:12 e 13
Veja que uma criança, e apenas uma, não todas, Deus encontrou algo de bom. Ela teve um tratamento diferenciado por isso. Outra lição importante que aprendemos desse texto é que Deus não trata a morte como nós tratamos. Até em meio a morte a respeito e os tipos de morte contam. Motivos para se morrer também. Mas isto é assunto para outra postagem.

Por agora fiquemos com a pergunta: será que encontraremos o filho de Jeroboão, um rei infiel de Israel, quando Jesus vier nos buscar?

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