terça-feira, 13 de julho de 2010

[Dn 9] A profecia (parte 5)

Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
Daniel 9:25
Depois de uma alusão geral sobre a profecia, agora Gabriel dá coordenadas bem mais específicas para a realização e confirmação da profecia:
desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém
Bem, a palavra chave dessa parte é "ordem". O que poderia significar esta palavra? A palavra hebraica é dabar (ordem, decreto, mandado) é normalmente atribuida a um decreto humano, mas no verso 23 de Daniel 9 ela é usada para uma ordem divina. Mas a profecia trataria de uma ordem divina ou humana? A Bíblia mais uma vez surpreende, mostrando que a ambiguidade provocada pelo texto é proposital.

Houve três decretos autorizando, confirmando ou ampliando a reconstrução do templo e dos muros de Jerusalém:

1º Ciro (537/538 a.C.): Esdras 1 dá as coordenadas deste mandato.
2º Dario I Histaspes (+/- 519 a.C.): Esdras 6:6-12.
3º Artaxerxes I Longímano (457 a.C.): Esdras 7:7-8 (data de emissão), 11-26 (decreto).

Mas como deveríamos ver estes decretos. A própria Bíblia esclarece isto:
E edificaram e terminaram a obra conforme ao mandado do Deus de Israel, e conforme ao decreto de Ciro e Dario, e de Artaxerxes, rei da Pérsia.
Esdras 6:14
Veja que Deus é quem deu a ordem e esta se cumpriu nos três reis persas, mostrando o porquê da ambiguidade anteriormente mostrada. Veja que a ordem (mandado) foi uma e se completou com os três reis. Então a última data (a que se completou o decreto) foi a de 457. Está é a data de partida da profecia.

A partir daí já podemos calcular as 70 semanas (490 anos):

-457+490 anos=+33
Ou seja, partindo de 457 a.C. até darem os 490 anos, está profecia se cumpriria em 33 d.C., matematicamente falando. Mas o calendário Gregoriano não tem ano "zero", por isso não podemos contar só com a matemática. Isto se resolve facilmente somando este ano que foi pulado (pois não existe neste calendário) e afirmamos o ano de 34 d.C. como o predito por esta profecia.
até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
Até que se chegue ao messias prometido, o qual traria as maravilhosas promessas do verso 24 (veja as outras partes desse estudo), passariam 7 semanas (49 anos, tempo normalmente atribuído a reconstrução de Jerusalém que segunda a própria profecia se findaria em 408 a.C.) e 62 semanas (434 anos até o início do ministério público do Messias, que se iniciaria em 27 d.C.).

A interpretação acima descrita é a mais comum no meio evangélico e a mais plausível também. As próprias angústias causadas pela reconstrução (Estude os livros de Esdras e Neemias) foram já previstas (pensando que Daniel foi escrito anteriormente do ocorrido) por Daniel 9.

A princípio poderíamos pensar que o Princípe descrito neste verso seria o próprio messias, mas os versos seguintes de Daniel 9 me fazem crer que não é do messias que se trata. Aguardem até a próxima parte.

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