Estas palavras não são de forma alguma de minha autoria. Infelizmente, em meio a bagunça das anotações universitárias, não consegui restabelecer a fonte.
O autor é um Professor doutor que veio de Israel para fazer uma semana de palestras na Universidade de São Paulo. Ele é especializado em filosofia grega e hebraica da antiguidade. A descrição abaixo são minhas impressões de uma de suas palestras.
O amor é uma palavra que pode adquirir vários sentidos para as culturas ocidentais atuais. Tanto no Brasil quanto nos EUA o vocábulo é utilizado das maneiras mais banais possíveis. Pode ser chamado de amor tanto um sentimento forte e imensurável dedicado a uma pessoa quanto o prazer de comer certo alimento, vestir certa roupa ou até o gosto por certo tipo de música.
Mas entre os gregos, as palavras que traduzimos por amor tem três vocábulos distintos: eros, fileo e agape.
Fileo é o amor mais comum. Ele é o sentimento existente numa relação de troca. Isso mesmo, "troca". No fileo o sentimento existe no interesse nos benefícios que o objeto do amor pode lhe dar, tendo consciência das devidas responsabilidades que devem ser cumpridas para com esse objeto. Esse é o amor dos relacionamentos mais comuns. Claros exemplos desse tipo de amor são os casamentos, as amizades e os relacionamentos familiares como um todo (pai, filho, tio, vô, etc). Os relacionamentos entre sócios também são desse tipo de amor. Deste vocábulo que vem a palavra filiação, tão usada para indicar as fiiliaisdas empresas.
Eros é o mais valorizado de todos os sentimentos entre os gregos. O eros é forte, é inconfundível, é incontrolável. Ele é o amor do desejo, da possessão. A idéia principal trazida por esse amor não é a da troca, mas do possuir. Esse amor pode ser motivado pela beleza, inteligência, sabedoria, riqueza, etc. Não há o sentimento de troca por causa do reconhecimento da excelência da outra pessoa em comparação a si mesmo. Mas mesmo assim o quer. É um sentimento egoísta e incontrolável.
Agora, o mais inferiorizado e menos utilizado desses sentimentos é o agape. O agape é um sentimento difícil de descrever, e por isso os gregos não o utilizavam muito. Só o utilizavam quando não conseguiam explicar o motivo de um sentimento. O objeto do agape não tem méritos, não tem o que outros o invejar, não é famoso, bonito, ou possuidor de algo invejável. Não há como obter alguma troca ou ter algum interesse quando se tem esse amor. É um sentimento incompreensível.
Você deve ter percebido que o agape não é muito comum, não é mesmo? Não podemos culpar os gregos por deixá-lo de lado, ou usá-lo simplesmente para descrever o incompreensível. Mas foi, incrivelmente, está palavra, tão desprezada pelos gregos, a escolhida para representar o sentimento máximo da humanidade.
O Novo Testamento utiliza o agape para descrever o amor de Deus para conosco, mas esta ideia já existia a muito tempo na cultura hebreia (Dt 7:7, 8). Este amor incondicional (sem explicações) é definido como o próprio Deus (I João 4:8). É este o amor de I Corintios 13. É ele o motivador da salvação da humanidade (João 3:16).
O autor é um Professor doutor que veio de Israel para fazer uma semana de palestras na Universidade de São Paulo. Ele é especializado em filosofia grega e hebraica da antiguidade. A descrição abaixo são minhas impressões de uma de suas palestras.
O amor é uma palavra que pode adquirir vários sentidos para as culturas ocidentais atuais. Tanto no Brasil quanto nos EUA o vocábulo é utilizado das maneiras mais banais possíveis. Pode ser chamado de amor tanto um sentimento forte e imensurável dedicado a uma pessoa quanto o prazer de comer certo alimento, vestir certa roupa ou até o gosto por certo tipo de música.
Mas entre os gregos, as palavras que traduzimos por amor tem três vocábulos distintos: eros, fileo e agape.
Fileo é o amor mais comum. Ele é o sentimento existente numa relação de troca. Isso mesmo, "troca". No fileo o sentimento existe no interesse nos benefícios que o objeto do amor pode lhe dar, tendo consciência das devidas responsabilidades que devem ser cumpridas para com esse objeto. Esse é o amor dos relacionamentos mais comuns. Claros exemplos desse tipo de amor são os casamentos, as amizades e os relacionamentos familiares como um todo (pai, filho, tio, vô, etc). Os relacionamentos entre sócios também são desse tipo de amor. Deste vocábulo que vem a palavra filiação, tão usada para indicar as fiiliaisdas empresas.
Eros é o mais valorizado de todos os sentimentos entre os gregos. O eros é forte, é inconfundível, é incontrolável. Ele é o amor do desejo, da possessão. A idéia principal trazida por esse amor não é a da troca, mas do possuir. Esse amor pode ser motivado pela beleza, inteligência, sabedoria, riqueza, etc. Não há o sentimento de troca por causa do reconhecimento da excelência da outra pessoa em comparação a si mesmo. Mas mesmo assim o quer. É um sentimento egoísta e incontrolável.
Agora, o mais inferiorizado e menos utilizado desses sentimentos é o agape. O agape é um sentimento difícil de descrever, e por isso os gregos não o utilizavam muito. Só o utilizavam quando não conseguiam explicar o motivo de um sentimento. O objeto do agape não tem méritos, não tem o que outros o invejar, não é famoso, bonito, ou possuidor de algo invejável. Não há como obter alguma troca ou ter algum interesse quando se tem esse amor. É um sentimento incompreensível.
Você deve ter percebido que o agape não é muito comum, não é mesmo? Não podemos culpar os gregos por deixá-lo de lado, ou usá-lo simplesmente para descrever o incompreensível. Mas foi, incrivelmente, está palavra, tão desprezada pelos gregos, a escolhida para representar o sentimento máximo da humanidade.
O Novo Testamento utiliza o agape para descrever o amor de Deus para conosco, mas esta ideia já existia a muito tempo na cultura hebreia (Dt 7:7, 8). Este amor incondicional (sem explicações) é definido como o próprio Deus (I João 4:8). É este o amor de I Corintios 13. É ele o motivador da salvação da humanidade (João 3:16).
Aprendamos mais e mais sobre esse amor, tão iniqualável, para que possamos cada dia sermos mais semelhantes a Cristo.